Por: Alex Semedo
1– Teimosia
É literalmento isso.
Estão mofando.
A criar bolor.
Aliás, para ser mais claro, as mascaras estão bolorando.
Não é outra coisa.
Embora, haja quem diga, que é a exaltação de egos.
Entre os Palácios: do Platô da Praia de Santa Maria da Vitória e da Várzea da Companhia.
Vamos por partes.
Já vamos para (quase!) um mês, bem contadinhos, que se anunciou com pompa e circunstância – como sempre acontecem por estas bandas! -, que, no final de um dos Conselhos de Ministros, o governante Paulo Rocha – o tal do Interior! – veio a terreiro anunciar que, a partir de 10 de Agosto – uma segunda-feira, Dia de São Lourenço Mártir e meu Patrono, com todo o orgalho! -, seria obrigatório o uso de máscaras faciais (de protecção), por mor do tal novo Coronavírus, que causa COVID-19.
O tal vírus invisível, “prindante”, maldito, oportunista, “democrata” também, entre outros mimos de que é baptizado.
“O uso de máscaras faciais passa a ser obrigatório para todas as pessoas que circulem ou permaneçam em espaços e locais públicos, abertos ou fechados, incluindo a via pública, independentemente do tipo de actividade que estejam a realizar”, apregoou, no início de Agosto, o ministro da Administração Interna, Paulo Rocha.
Só que, o aviso de Rocha, caiu em binde de cuscus, não passando de desperdício de saliva, já que, a canetada que é boa, está encalhada no Palácio do Platô, nas mãos do Presidente da República, que (ainda!) é Jorge Carlos Fonseca.
Ele, que está bem bom, na sua zona de conforto – e que não é candidato a coisa nenhuma! -, já veio a público – em alto e bom som! -, dizer para todos – os que quiserem ouvir e registar! -, que, de facto, recebeu o correio do Palácio da Várzea da Companhia, cujo principal inquilino é Ulisses Correia e Silva, deu uma olhada na diagonal – talvez! -, mas que, também, está à espera de uns esclarecimentos às suas “preocupações”.
Para não magoar a Constituição da República.
De que é o principal guardião.
E jurou cumprir e…fazer cumprir.
Para que não se espezinhe os mais elementares direitos – há deveres também! – dos conterrâneos.
Até porque, Cabo Verde escolheu, definitivamente, por um Estado Constitucional…por uma Democracia Constitucional.
Por isso mesmo, quer que Ulisses & Companhia ponderem na implementação – da generalização! -do uso de máscaras na via pública, balizando-o com a Constituição.
Enquanto isso, vamos caminhando nestas Ilhas Plantadas no Meio do Atlântico, ao sabor dos caprichos, aliás, briga de galos.
Ou de egos?
A Situação de Calamidade finda a 31 de Agosto.
Vamos ter outro ou é o fim da última?
Certo mesmo, é que o negócio das máscaras está tremido.
Com muito boa boa gente – público, privado, singular e colectivo! – a lamentar o investimento feito.
E que se anunciava promissor!
Como sermpre há um juiz de paz, a modos de pôr a água na fervura – enquanto não se caneteia o Dilpoma encalhado no Palácio do Platô! -, o director Nacional da Saúde, Artur Correia, receita, encarecidamente, aos cabo-verdianos, o uso de máscaras, “por dever cívico”.
Tomara que seja ouvido!
2– Machadada
Mais uma machadada para o Turismo cabo-verdiano.
Desta vez, vem do Reino Unido.
Esta semana, a “Terra da Sua Magestade” veio avisar que, a partir de agora, toda a vivalma que ali chegue, com proveniência de Cabo Verde, fica obrigado a uma quarentena de 14 dias.
O País que (já!) estava animado e esperançado em receber ingleses, chega mais este travão.
É mais um percalço, mas, de certeza, que se saberá dar a volta por cima.
Marcada e desmarcada – por várias vezes! -, deconhece-se, ainda, oficialmente, a data da retoma dos vôos internacionais.
A última – que se conhece! -, anunciada pelo ministro do Turismo e Transportes, Carlos Santos, estava aprazadapara Agosto.
E já vamos (quase!) no fim.
3– Alvíssaras!
Já há data.
Alvíssaras!
Boa nova para os estudantes cabo-verdianos na China.
Incluindo a Região Autónoma Especial de Macau.
Que, também, é China.
A garantia foi dada pelo ministro dos Negócios Estrangeiros de Cabo Verde, Luís Filipe Tavares, indicando 4 de Setembro para o primeiro repatriamento.
Mas, quem já está mesmo nas Ilhas, são os 140 universitários que estavam nas “Terras de Vera-Cruz”.
Naquele País-Continente Lusófono da América Latina.
“O vôo custou à volta de 145 mil euros e as famílias entraram com uma participação simbólica, entre 10 a 15 mil euros”, explica Tavares, sustentando que o aspecto financeiro não é o mais importante, mas que o relevante “é a responsabilidade e a solidariedade do Governo”.
Ficaram no Brasil alguns estudantes, uma vez que as as universidades retomarão as aulas, brevemente.
Luís Filipe Tavares garante, todavia, que os que por lá ficaram, terão acompanhamento e assistência da Embaixada de Cabo Verde, baseada em Brasília.
É o terceiro vôo de repatriamento entre Brasil e Cabo Verde, desde 19 Março, ocasião em que se declarou do Estado de Emergência no Arquipélago.
E consequente fecho de fronteiras.
4– Primeira vítima mortal
Oito dias depois das primeiras notificações – a 17 de Agosto! – dos primeiros dois casos de COVID-19 – duas mulheres, sendo uma, na casa dos 40 anos e a outra na de 60, todas dos Mosteiros! -, na Ilha do Vulcão, eis que acontece o primeiro óbito.
Um indivíduo de 67 anos, dos Mosteiros, morre, na noite de terça-feira, 25, no espaço reservado a doentes com o novo Coronavírus, no Hospital Regional “São Francisco de Assis”, na Cidade de São Filipe.
O director daquele estabelecimento, o médico Evandro Monteiro, explica que a vítima padecia de outras maleitas, designadamente: hipertensão arterial, diabetes e colesterol alto.
Até quarta-feira, 26 de Agosto, Fogo somava 30 casos positivos, sendo 28 dos Mosteiros – mais concretamente, de Relvas, Corvo e Achada Grande; e, dois do Município de São Filipe – notificados no dia 26.
Os três edis foguenses estiveram reunidos na quarta-feira, nos Mosteiros – o epicentro de COVID-19 na Ilha.
Cabo Verde contabilizava, até quarta-feira, 877 casos activos, dois mil 713 recuperados, 38 mortes, dois transferidos e um total de três mil 630 casos positivos acumulados de COVID-19.
5– Em que ficamos?
São turbilhões de teses.
De ideias e…de argumentos.
Agora chegou mais esta: as regras de distanciamento físico e social como medida de prevenção da COVID-19 baseiam-se em Ciência desactualizada.
Especialistas, da Universidade de Oxford (no Reino Unido), sustentam que as “regras que estipulam uma única distância física específica (um ou dois metros) entre as pessoas para reduzir a disseminação de COVID-19 são baseadas em Ciência desactualizada e experiências de vírus anteriores”, mas que não se aplicam ao novo Coronavírus.
“As evidências sugerem que pequenas gotículas transportadas pelo ar, carregadas com COVID-19, podem viajar mais de dois metros, impulsionadas por tosse e gritos, e podem espalhar-se até sete ou oito metros, concentradas no ar exalado por uma pessoa infectada”, diagnosticam, receitando que as regras de distanciamento físico e social devem ter em conta os vários factores de risco, incluindo o tipo de actividade, ambientes internos e externos, o nível de ventilação, assim como, se são ou não usadas protecções faciais.
Fica mais esta!
E é de de se levar em devida conta e medida, já que, nestas coisas do novo Coronavíruas, infelizmente, ainda, só há incertezas.
Nada está (ainda!) adquirido.
É tudo descertezas!