O recenseamento foi suspenso na passada quinta-feira, 20, e o maior número de
eleitores inscritos foram registados nos últimos dois meses, cerca de 18 mil
cidadãos.
Os dados foram avançados hoje pela diretora geral de apoio ao processo eleitoral,
Arlinda Chantre, em entrevista à RCV, que considera o resultado positivo, embora a
meta dos 40 mil inscritos entre 2016 e 2020 não tenha sido atingida, pelo que acredita ser
devido à pandemia da Covid-19.
“Não foi possível atingir a meta global dos 40 mil inscritos, que seria a soma dos
cidadãos que completariam 18 anos, desde 2016 até agora, com uma média de 12 mil
cidadãos. Mas, entretanto, é bom referenciar que dada a situação atual os resultados
foram extremamente positivos.”, explica a diretora.
O maior número de pessoas registou-se nos últimos dias e algumas comissões de
recenseamento eleitoral trabalharam até às 23h59 do dia 20 de agosto.
“Algumas comissões disseram que apesar de ficarem até à meia noite do último dia não
conseguiram recensear todas as pessoas. Isso significa que a afluência foi grande nos
últimos dias. Mas isso também reflete o tipo de comportamento da sociedade cabo-
verdiana, isto é, deixam sempre para a última hora. Estas últimas duas semanas foram
de imenso trabalho para as comissões de recenseamento”, diz Arlinda Chantre.
Embora as comissões funcionem durante o ano inteiro e até 65 dias antes das eleições,
Arlinda Chantre lamenta o facto do envolvimento da classe política e da sociedade só se
verificar após a marcação das eleições autárquicas.
“A partir do momento que o Governo deu indicação de quando seriam as eleições, todas
as pessoas e os partidos começaram a movimentar, e os números começaram a
aumentar. Fora do período eleitoral, nem os partidos e nem os cidadãos estão
interessados no recenseamento eleitoral”, lamenta a diretora.
Todos esses constrangimentos poderiam ser facilmente ultrapassados com o
recenseamento automático dos cidadãos ao completarem 18 anos. Contudo, isto só
poderá ser uma realidade no país após o ciclo eleitoral e com a alteração do código
eleitoral, que necessita de dois terços do voto dos deputados.
Suíla Rodrigues
Estagiária