“O Presidente Aoun foi informado em 20 de Julho de 2020, através do Relatório de Segurança do Estado, da presença de uma grande quantidade de nitrato de amónio num armazém do Porto de Beirute e o conselheiro militar de sua Excelência [o Chefe de Estado] informou o secretário-geral do Conselho Supremo da Defesa”, afirmou a Presidência, na sua conta na Rede Social Twitter, a que o portal jn.pt teve acesso.
O assessor de Aoun informou o Conselho de Ministros “para que tomasse as medidas necessárias” e o secretário-geral do Conselho Supremo da Defesa remeteu o texto aos departamentos “competentes”, adianta ainda a Presidência.
“A Presidência da República deseja que a investigação judicial siga o seu curso, usando de todas as experiências para mostrar a verdade completa sobre a explosão, as suas circunstâncias e os responsáveis a todos os níveis”, acrescenta.
A mensagem de Aoun surge após informações de diversos media de que tanto o Presidente como o Primeiro-Hinistro, Hasan Diab, que se demitiu na segunda-feira, 10, sabiam da existência do nitrato de amónio no Porto.
Aoun está sob forte pressão, não só das ruas, onde se têm multiplicado protestos desde as explosoes dia 4, para pedir a saída de toda a classe política, como, também, de alguns setores políticos.
Duas explosões em 4 de Agosto, no Porto da Capital libanesa provocaram, pelo menos, 171 mortos, seis mil feridos, 300 mil desalojados e dezenas de desaparecidos.
As autoridades libanesas têm atribuído as explosões a um incêndio num depósito no Porto, onde se encontravam armazenadas cerca de duas mil 750 toneladas de nitrato de amónio.
As explosões alimentaram a revolta de uma população já mobilizada desde o Outono de 2019, contra os líderes libaneses, acusados de corrupção e ineficácia.