Um colectivo de 25 estudantes cabo-verdianos na China, cuja graduação terminou este ano e, consequentemente a bolsa de estudos, estão aflitos e pedem uma medida urgente do Governo para regressarem a Cabo Verde.
O grupo de alunos procurou o A Nação para denunciar a situação. Segundo contam, alguns receberam a última mensalidade da bolsa nos meses de Junho e Julho, montante que foi utilizado para custear despesas na obtenção do certificado.
Com as escolas a cobrarem o valor da estadia e seguro de saúde, os jovens dizem-se aflitos e pedem intervenção do Governo para regressar a Cabo Verde o quanto antes.
Por outro lado, estes mostram-se indignados com as declarações da Embaixadora de Cabo Verde na China, Tânia Romualdo, que falava à Rádio de Cabo Verde no passado dia 02 de Agosto, sobre a situação dos estudantes naquele país. A embaixada, dizem, já está a par da situação conforme uma carta enviada pelos mesmos.
“Constatamos que a nossa preocupação essencial foi simplesmente subvalorizada, não recebendo assim a devida atenção. Ela simplesmente relatou aquilo que nós vivemos todos os dias”, consideram.
São estudantes finalistas, cujas últimas mensalidades das bolsas de estudo foram pagas desde o início do mês de Junho e o valor, segundo especificam, foi utilizado nos trâmites de tradução, legalização e reconhecimento dos certificados e demais documentos referentes à graduação nos Notariados, Ministério dos Negócios Estrangeiros e Embaixada de Cabo Verde na China.
Nesta altura, adiantam, algumas universidades estão a requerer o pagamento do valor da renda dos dormitórios e do seguro de saúde dos estudantes.
“Esta situação agrava ainda mais as condições que os estudantes terão de enfrentar no mês de Agosto, dado que não haverá pagamento de bolsas neste mês”, alertam, preocupados.
Estes garantem ainda que na referida carta dirigida à Embaixadora de Cabo Verde, na China, e ao Ministro dos Negócios Estrangeiros (MNEC), foi explicada a complexidade da situação, apelando por uma intervenção urgente.
“No dia 24 de Junho foi-nos solicitado o envio de dados referentes aos graduados, dados estes enviados à embaixada, via e-mail. No entanto, até ao momento, não obtivemos nenhuma resposta ou decisão concreta, em relação aos problemas enfrentados”, explica o porta-voz do grupo.
Sem ajuda do Governo, dizem, não reúnem as condições nem para permanecer no país nem para regressar a Cabo Verde, já que os valores “exorbitantes” das passagens teriam de ser suportados por eles.
“A esta altura, continuamos sem receber qualquer esclarecimento relativo aos possíveis planos de repatriamento. Tendo conhecimento que outros cidadãos cabo-verdianos retidos noutros países têm sido repatriados com segurança, e que alguns países já iniciaram o processo de repatriamento de estudantes graduados neste ano letivo, apelamos ao Ministério dos Negócios Estrangeiros e Comunidades e à Embaixada de Cabo Verde em Pequim que se formule um plano de repatriamento para os estudantes retidos na República Popular da China”, apelam estes estudantes.
O A NAÇÃO tentou obter uma reação junto do MNEC, bem como com a secretaria da Educação, até agora sem sucesso.
NA