Estas declarações foram proferidas na manhã desta sexta-feira (31), em Mindelo, através de uma conferência de imprensa conjunta do Movimento Cívico a Favor do Sossego, do Movimento para o Desenvolvimento de São Vicente e do Movimento Sokols.
“Tribunais que não funcionam, censura e autocensura da comunicação social, limitação de recursos financeiros à Provedoria de justiça, resistência à aprovação da lei da transparência, inexistência de jornalismo de investigação, silenciamento da opinião pública e ausência de massa crítica. Cenário que revela de forma clara e inequívoca que essa nossa democracia, não servindo ao país, nem aos cabo-verdianos, serve à medida, aos antidemocratas, aos corruptos, aos gananciosos e aos prepotentes”, diz Antónia Mosso, na qualidade de porta-voz dos três movimentos cívicos.
Estas declarações vieram na sequência do que os movimentos consideram ser a violação dos princípios democráticos previstos na constituição de Cabo Verde. Na sua óptica, a ausência de compromisso com as regras democráticas no país e especialmente em São Vicente, tem conduzido a situações recorrentes de abuso de poder, intimidações, medo, censuras e violação dos direitos constitucionalmente garantidos.
“A remoção arbitrária de cartazes sem suporte em qualquer decisão judicial só porque discordam do seu conteúdo, não é uma prática inédita da Câmara Municipal de São Vicente. Na luta pacífica em defesa da enseada de corais da Laginha, a Câmara ordenou a remoção de cartazes e apreendeu todo o material, matando o mesmo direito à liberdade de expressão, o direito à indignação, o direito de contestação”, argumenta.
Neste sentido os movimentos cívicos anunciaram uma série de aspectos que doravante passarão a exigir, nomeadamente a mudança, o fim da impunidade, a erradicação do medo, a transparência, observância das leis, uma forma mais digna e civilizada de fazer política, políticos competentes e comprometidos com o país e a sua gente, respeito pelas pessoas, bem como liberdade para o exercício da liberdade de expressão.