Os separatistas do Sul do Iémen anunciaram ter renunciado à sua autonomia, três meses depois de decretá-la, pondo fim a um litígio com os seus aliados do Governo com quem têm estado envolvidos lado-a-lado, no combate contra os rebeldes Hutis.
De acordo com o sítio na Internete de jn.pt, a confirmar-se, aquela que era uma “guerra dentro da guerra”, poderia estar perto do fim, depois de os separatistas do Conselho de Transição do Sul (STC) anunciarem, quarta-feira, 29, que desistem da Autonomia decretada, unilateralmente, no passado 26 de Abril, sendo que se comprometem a implementar o Acordo de Partilha do Poder com o Governo do qual são aliados, no conflito principal que dilacera o País: a luta contra os rebeldes Hutis, que controlam o Norte do Iémen.
Esta decisão surge na sequência de uma mediação conduzida pela Arábia Saudita, País que lidera a Coligação Internacional que apoia o Executivo do Iémen no combate contra os Hutis, por sua vez, apoiados pelo Irão.
De acordo com o Plano proposto pelos Sauditas e, agora, validado pelos separatistas do Sul, o Primeiro-Ministro iemenita deve formar um novo Governo, no prazo de 30 dias, e deve nomear um novo governador em Aden, Capital provisória do País, onde estão baseados os separatistas, o que, a prazo, deveria “acelerar” a implementação do chamado “Acordo de Riade”, assinado em Novembro de 2019, que prevê a partilha do Poder entre ambas as partes.
Ao saudar o anúncio feito pelos separatistas do Sul, o Executivo Saudita falou em “passo positivo”, enquanto o Governo iemenita expressava a esperança de um “início sério e verdadeiro”, para a aplicação do “Acordo de Riade”.
Exilado na Arábia Saudita, o Presidente iemenita, Abd Rabbo Mansour Hadi, anunciou, por sua vez, a nomeação de um novo comandante da Polícia e de um novo governador em Aden.
A exoneração pelo Chefe de Estado, em finais de Abril de 2017, do então governador de Aden, o líder separatista Aidarous Al Zoubaïdi, tinha contribuído para agudizar, ainda mais, os antagonismos entre os dois campos aliados.
A confirmar-se esta reconciliação, abre-se a possibilidade para o Governo iemenita, os separatistas do Sul e a Coligação encabeçada pela Arábia Saudita, de se concentrarem, novamente, na guerra contra os Hutis, com os quais, apesar de algumas tréguas, o conflito não parece estar perto do fim.
Este conflito que dura há mais de cinco anos provocou – segundo a ONU -, dezenas de milhares de mortos e a pior crise humanitarian, actualmente, vigente no Mundo.