Após os EUA (Estados Unidos da América) criticarem a demissão da Equipa de Combate ao Narcotráfico na Guiné-Bissau, ex-ministra da Justiça, Ruth Monteiro, acusa o Governo bissau-guineense de colaboração com traficantes: “São recepcionados por Forças de Segurança”.
A ex-ministra da Justiça e Direitos Humanos da Guiné-Bissau, Ruth Monteiro, disse à DW África que a sua demissão do cargo, em Fevereiro passado, está relacionada com a estratégia de combate ao narcotráfico que ela e sua Equipa implementaram naquele País Lusófono da África Ocidental.
Em entrevista exclusiva à DW África, Monteiro não mede palavras ao acusar o actual Executivo de colaboração com traficantes.
Nesta terça-feira, 21, o Governo dos EUA mostrou-se preocupado com o afastamento dos responsáveis pelo combate ao tráfico de drogas na Guiné-Bissau. Segundo a adjunta do secretário de Estado para o Gabinete para Narcóticos Internacionais, Heather Merritt, os resultados estavam a ser “extraordinários”.
Merrit disse que o Governo norte-americano “está preocupado com o tipo de Governo que está a ter (a Guiné-Bissau) e com o esforço que ele está a fazer ou não para prevenir o tráfico de droga”.
A ex-governante dá razão à Washington. “A Comunidade Internacional deve ter uma especial atenção ao que se vive na Guiné-Bissau. De facto, nós temos um défice de Democracia; temos um défice de Liberdade”, remarca.
Ruth Monteiro foi demitida a 27 de Fevereiro deste ano e refugiou-se na Embaixada de Portugal, em Bissau, no início de Abril. Na ocasião, integrantes do Governo do ex-Primeiro-Ministro Aristides Gomes denunciavam perseguição política. Após passar semanas na Embaixada portuguesa, Monteiro viajou para Lisboa, no dia 28 de Abril.