Por: Alex Semedo
1– Tristeza do destino
A vigésima morte associada à COVID-19, em Cabo Verde – desde que o primeiro caso do novo Coronavírus foi notificado na Ilha da Boa Vista, a 19 de Março -, aconteceu nesta sexta-feira, 17. Trata-se de um doente – com outras complicações, que estava em estado crítico -, de 60 anos, angolano, que, por tristeza do destino, estava internado no Hospital que leva o nome do seu conterrâneo, “Dr. Agostinho Neto”, na Cidade da Praia.
É sempre revoltante, triste e pesaroso quando, ante à impotência da força da Natureza, alguém, morre por quaisquer que sejam as razões.
E já lá vão mais de 20 perdas.
Felizmente que, também, há o reverso da moeda.
Quotidianamente há a boa-nova da recuperação de infectados.
No Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde e Segurança Social – MSSS – de sexta-feira, dava-se conta de um total de 913 curados.
Ou seja, até esse dia, o País contabilizava mil e cinco casos activos, 913 recuperados e 19 óbitos, num total de mil 939 positivos acumulados.
Nada animador ainda, mas…
Até porque, se se lançar um olhar retrospectivo, topamos que, há um mês, mais concretamente, a 17 de Junho, o Arquipélago listava 791 casos acumulados de SARS–CoV-2 – também “baptizado” de temível, oportunista, invisível, democrata e “prindante” vírus de COVID-19.
Naquela simples Aritmética do antanho – que, felizmente! – ainda se mantém em vigor – nada foi alterado! -, mais que se duplicou em 30 dias. Subiu-se de 791, para mil 939.
O Município da Praia já era, à semelhança do que ainda acontece, o epicentro da Doença.
Mas, saltemos para os dados do dia deste 17 de Julho do Ano de Nossenhor Jesus Cristo.
Nesta sexta-feira – que nem é 13! -, notificaram-se 45 novos contágios em todo o Território Nacional, repartidos por Praia – 16 -, Santa Cruz – 11 -, São Miguel – sete -,, Santa Catarina – dois -, e Tarrafal com um caso.
A Ilha do Sal registou, nesse dia, oito novos infectados.
A nível Nacional, das nove ilhas com vivalma, Fogo e Brava continuam imunes.
Em face do panorama nada animador, continua actual, pertinente e avisado o reiterado apelo das autoridades sanitárias, para que as pessoas fiquem em casa, tomando os devidos cuidados, em ordem a se evitar a propagação de COVID-19.
Para o bem individual, do familiar de que se diz amar, do semelhante e…do benquisto Cabo Verde.
Sem olhar a idades…
2– Testar, testar, testar…
Timidamente no começo – como atestam, aliás, as várias críticas vindas ao terreiro -, as autoridades sanitárias apostam forte na despistagem.
A palavra-de-ordem – que parece o toque-a-rebate! – é, agora: testar, testar, testar…
Testar sempre e…sempre mais.
Com testes rápidos e PCR – “Polymerase Chain Reaction”, que dá em Português: Reacção em Cadeia da Polimerase.
Isso mesmo foi confirmado nesta sexta-feira, nos “tradicionais” Encontros com a Imprensa que, agora, foram minguados – ou mitigados? – para três semanais – às segundas, quartas e sextas-feiras…sem se saber lá bem a verdadeira sustentação!
Dizíamos, Artur Correia, director Nacional da Saúde – DNS -, anunciou que, até essa data, superou-se os 36 mil testes, a nível Nacional.
“Temos estado a acompanhar, e do universo das pessoas que fazem o teste rápido, cerca de 20 por cento – % – dão positivo, independentemente de ser IgM ou IgG. Desses, somente 2% é que são confirmados pelo PCR”, reportou. Para um leigo entender melhor, esmiúçou: dos 36 mil testes rápidos feitos, aproximadamente, sete mil e 200 foram positivos. Desses – só! -, 144 tiveram confirmação positivada pelo PCR.
Mesmo assim, é um número a não menosprezar.
Pelo que, vale a pena testar, testar, testar sempre…
Para que se conheça, cada vez mais, a real e verdadeira situação e condição de saúde de cada cabo-verdiano.
E todos devem ter – merecem! – a sua “gota d’água”…
4– Abertura ao Mundo
A CPLP – Comunidade dos Países de Língua Portuguesa – está em maré de aniversário. .
Mas – é sempre aquele que já virou um maçador “mas”! -, que, na real, por culpa de COVID-19, os brindes e abraços, como já virou moda, foram à distância.
Virtual.
Jorge Carlos Fonseca, na sua qualidade de Presidente em exercício, aproveitou a soberana e magnânime ocasião para relevar a necessidade da CPLP se abrir a este Mundo Global, de modo a provar a realidade e os efeitos maléficos provocados pela COVID-19.
No entendimento de Fonseca, como o isolamento é uma resposta desadequada nos dias que correm, os “problemas comuns” aconselham, exigem e reclamam “esforços comuns”, para uma solução global.
“Uma palavra especial de profundo reconhecimento aos profissionais de Saúde dos nossos países, pelos esforços e pelos grandes sacrifícios pessoais e familiares consentidos no combate a esta Pandemia”, destaca o Presidente da CPLP, parabenizando, também, aos seus homólogos, que louva o empenho e contribuição individual “para o sucesso da Comunidade”.
A CPLP foi criada a 17 de Julho de 1996, em Lisboa, a Capital de Portugal.
Longa, suave, produtiva e…desestressante vida…
5– Milhões da UE
União Europeia – UE – promete e materializa…
Para não ficar só pelas palavras, formalizou, sexta-feira, 17, o pagamento da segunda “tranche” do Apoio Orçamental a Cabo Verde.
São 12,25 milhões de euros.
Mais coisa, menos coisa, como um milhão e 350 mil contos.
Os cifrões apoiam “os esforços do Governo” na materialização das “medidas emergenciais” e de mitigação dos efeitos económicos e sociais provocados pelo novo Coronavírus.
O acto decorreu no Palácio do Governo, sendo prestigiados pelo Primeiro-Ministro e pela embaixadora da UE em Cabo Verde, respectivamente, Ulisses Correia e Silva e
Sofia Moreira de Sousa.
Que tenham boa e…devida aplicação.
6- Raridade…
São casos muito raros.
Mas acontecem.
Provavelmente – escreve o jn.pt -, contam-se pelos dedos das mãos os que se conhecem no Mundo, de bebés que são infectados pelo Sars CoV-2 no útero na mãe.
Uma bebé nasceu em Portugal, há 15 dias – cumpridos este sábado, 18 -, no Hospital “São Francisco Xavier”, em Lisboa.
Veio ao mundo prematura, às 34 semanas e dois dias. Apresentava sintomas graves associados à COVID-19, como pneumonia e falta de ar. Foi ventilada e ainda está internada nos Cuidados Intensivos.
A mãe da criança também está internada. A bebé está a recuperar, mas continua a testar positivo à COVID-19.