A União Cabo-verdiana Independente e Democrática (UCID) vai disputar nove municípios nas eleições autárquicas de 2020 que se avizinham. Pelo menos uma mulher vai ser cabeça de lista, segundo a vice-presidente do partido, Dora Pires.
Segundo a vice-presidente da UCID, em declarações reproduzidas pela Inforpress, era desejo do partido concorrer nos 22 municípios, mas devido ao medo de perseguição e retaliação, não pôde contar eventuais candidatos.
Neste sentido os democratas-cristãos garantem candidaturas a nove municípios do país, numa aposta para cabeças de lista maioritariamente de jovens. O destaque vai para a inclusão de pelo menos uma mulher nesse lote. Neida Semedo Rompão, que é licenciada em enfermagem, concorre à câmara municipal de Santa Catarina de Santiago.
António Monteiro, uma vez mais concorre a presidência da câmara municipal de São Vicente. Esta é já a quinta vez que Monteiro entra nesta corrida, sem nunca ter tido sucesso.
A UCID “ataca” a cidade da Praia, com a aposta numa lista liderada por Francisco Silva, licenciado em Gestão.
Entre os nove candidatos contam-se ainda Domingos Florentino Rodrigues, licenciado em Matemática e professor do Ensino Básico (Câmara Municipal do Porto Novo), Sandro António Gomes, licenciado em Ciências Políticas e Relações Internacionais (Câmara Municipal do Paul), Pedro Ribeiro, inspector tributário (Câmara Municipal de São Filipe) e ainda Holden Roberto Duarte, consultor (Câmara Municipal de Tarrafal, Santiago).
Dora Pires assegurou que ainda mantém candidaturas às Câmaras de Ribeira Grande, Santo Antão, e Sal, cujos candidatos serão posteriormente anunciados.
O partido, conforme a mesma fonte, também está a trabalhar para cumprir a lei da paridade, inclusive, as listas para as assembleias municipais devem ser encabeçadas mais por mulheres.
Questionada relativamente aos municípios que contam sair vitoriosos, a responsável considerou ser “em todos”.
“Nós concorremos para ganhar, com tudo aquilo que nós temos, com todo o envolvimento dos nossos militantes e simpatizantes, estaremos a concorrer para ganhar, se não ganharmos teremos participação nas câmaras e nas assembleias municipais”, lançou.
Dora Pires garantiu que as expectativas não estão somente postas em António Monteiro e em São Vicente, mas ainda assim, considerou ser ele o “candidato ideal”, e que tem conhecimento dos problemas da ilha até mais que o actual presidente da câmara.
Segundo a mesma fonte, o partido não fez sondagens por causa de algumas questões, entre as quais de financiamento, mas, a escolha dos candidatos foi feita com base em muitos aspectos.
Entre estes, o empenho partidário dos candidatos, ouvindo os munícipes, e os próprios militantes.
Dora Pires apontou, por outro lado, o bi-partidarismo como a razão para o medo das pessoas se envolveram na política.
“Enquanto nós temos um bi-partidarismo muito forte, isso prejudica muito, os jovens são assediados e os outros partidos assediam os jovens da UCID”, defendeu, com a ideia de que “a sociedade parece estar formatada para apenas dois partidos e as pessoas não se sentem à vontade para tomar certas decisões na sua vida e na política”.