Por: Alex Semedo
1- Avaliação
COVID-19 foi um “choque brutal”.
E condicionou, seriamente, todas as áreas da Economia de Cabo Verde.
Com relevo para o Turismo, Comércio e Transportes.
Mas, não são, só estes, os penalizados.
A avaliação é do Presidente da República – PR -, Jorge Carlos Fonseca, e foi feita na Sessão Celebrativa dos 45 anos da Vida Independente do Arquipélago, no Palácio da Assembleia Nacional – Parlamento -, na Cidade da Praia.
No domingo, 5 de Julho.
Que, por mor das restrições sanitárias vigentes, no contexto da Pandemia do novo Coronavírus, teve um “formato especial”.
E com plateia muito restrita.
O Chefe de Estado entende que no melhor pano cai a nódoa, já que, COVID-19 chegou num momento em que havia uma “maior confiança” na Economia do Arquipélago, que registava uma taxa de crescimento em torno dos seis por cento, a par de uma “diminuição significativa do desemprego”.
“A Pandemia trouxe incertezas e tornou o planeamento uma actividade de risco, pela velocidade das alterações na dinâmica da expansão do vírus”, vinca.
Fonseca adverte, também, que a Crise Sanitária e Económico-Social vai durar por algum tempo, dando muito trabalho às autoridades, na fixação de regras na “nova e possível normalidade”.
E na sua fiscalização.
Sem se esquecer do recurso às medidas que assegurem um nível de “rendimento digno” às famílias.
Que muito se aguarda.
A Educação – “um dos sectores que mais ganhos obteve com a Independência” -, a Habitação, a Saúde e o Emprego, também, estiveram presentes na oração do Presidente da República.
Fica dado o recado.
Na certeza de que nada será como dantes.
Por ora, os votos são de que a próxima celebração – a 5 de Julho de 2021! – seja bem diferente da destes 45 anos de vida independente.
Para muito melhor!
Ahn!, e com a presença popular.
Do Povo.
Como naquele 5 de Julho de 1975, no Estádio da Várzea, na Cidade da Praia.
E de tantos outros seguintes.
Replicados, posteriormente, em várias ilhas e concelhos deste Chão Sagrado.
Sonhado por Amílcar Cabral e pelos abraçantes dos seus ideais.
2- Amadurecimento plural?
Convergências são sempre bons sinais.
Não se está a falar, nem a pregar unanimismos.
Longe disso.
Relevam-se – aqui e agora! -, e remarcam-se as convergências.
É de se aplaudir!
Quanto mais não seja, nesta maré de COVID-19.
Há momentos no Parlamento em que as deputações bem merecem de aplausos.
Todas elas.
E uma desses ocasiões, aconteceu neste domingo.
No Dia 5 de Julho, do Bendito Ano de Nossenhor Senhor Jesus Cristo. Deste 2020.
Houve convergências nos discursos das três Representações Políticas com assento na Casa da Democracia Cabo-Verdiana.
Também pudera!
Celebrava-se e revisitava-se os 45 de Cabo Verde como Estado Livre, Soberano e Independente.
Baptizado como “Nosso Dia Maior” e “Momento do Nosso Orgulho”, muito cantado e badalado naquele 5 de Julho de há 45 anos.
Discursos de circunstância ou não, o certo é que foi guardado – não enterrado, de certeza! – o machado-da- guerra neste Celebrativo e Marcante domingo.
Não houve “empurrões”.
Nem o puxar da brasa.
Melhor: de protagonismo e de reivindicar a data como sua.
Como exclusivo. De quaisquer das partes.
Como vinha acontecendo – vezes sem conta! – em ocasiões outras.
Bom sinal.
Marca dos tempos?
De amadurecimento?
Da Democracia Plural?
Que seja duradouro.
Pelos séculos dos séculos…
3- Reforço de fiscalização
Vamos a ver…se é desta!
Que as coisas funcionam.
Pelo menos, as condições já estão criadas.
E o Governo publicou, no sábado, 4, no Boletim Oficial, a Resolução aprovada no Conselho de Ministros de quinta-feira, 2.
O Documento explicita, pormenorizadamente, as directivas de acompanhamento e fiscalização do processo de implementação das condições gerais de segurança sanitária, aplicáveis às instituições, empresas, serviços e/ou actividades, assim como dos procedimentos específicos a observar, no contexto da prevenção da contaminação por SARS-CoV-2, vulgo COVID-19.
A propósito: é de se lembrar que, antes disso, o Executivo do Palácio da Várzea, tinha aprovado a Resolução nº 77/2020, de 29 de Maio, que define a Estratégia de Desconfinamento e Procedimentos, a par do Decreto-Lei de Uso Obrigatório de Máscaras em lugares públicos fechados, no atendimento público, criando um conjunto de regras que devem ser observadas por todas as empresas, instituições e sectores de actividades.
Na justificação do ministro Fernando Elísio Freire, a Directiva do dia 2 de Julho articula toda a fiscalização, os procedimentos e toda a regularização para o cumprimento das determinações nas estratégias do confinamento.
“A prioridade das acções, nos próximos tempos, para a operacionalização dessa Estratégia de Articulação de Fiscalização são os sectores da restauração, cafetarias e bebidas, barbearia e salões de beleza, padarias e lojas, super-mercados, quiosques, bancos, comercio em geral, mercados, feiras, correios e todos os locais de atendimento ao público, incluindo as farmácias, clínicas e sector da construção civil e transportes”, destaca Freire.
A fiscalização fica a cargo da Direção Nacional da Saúde, Polícia Judiciária, Polícia Nacional, Inspecção-Geral das Actividades Económicas, Inspecção-Geral do Trabalho, Serviço Nacional de Protecção Civil e Bombeiros, Instituto Nacional de Saúde Pública e as Câmaras Municipais.
Estão, também, envolvidas no processo, a Direcção Nacional da Saúde, a Direcção Nacional da Administração Pública, a Agência de Aviação Civil, o Instituto Marítimo e Portuário, a Direcção-Geral dos Transportes Rodoviários e a Entidade Reguladora Independente de Saúde, entre outras instituições.
Resumindo: é o aperto do cerco e do estreitar da malha aos eventuais descumpridores, em ordem a dar cabo, de facto, de COVID-19.
Vamos a a ver se é…desta vez.
É que Cabo Verde dispõe das mais modernas legislações desta nossa global.
Sem basofaria!
O que falta mesmo neste nosso benquisto Arquipélago é…a fiscalização.
Tomara que funcione.
E sem empurrar-com-a-barriga.
Aliás, passa-culpa.
4- Boa Vista solidária…
COVID-19 fez despertar e tornar prática as acções de solidariedade.
Em todos os cantos deste nosso Cabo Verde no Atlântico Plantado.
O último eco chega-nos da Ilha da Boa Vista.
O Colectivo liderado por Cida Oliveira, dando seguimento à Campanha de Apoio às Famílias Mais Vulneráveis da Boa Vista, nesta luta contra a Pandemia de COVID-19, entregou, recentemente, máscaras de protecção e produtos de higiene pessoal e das casas, a 232 famílias de Cabeça dos Tarrafes, Fundo das Figueiras, João Galego, Estância de Baixo, Bofareira, Povoação Velha e Rabil, tendo sido abrangidas 820 pessoas.
No total, entregaram mil 439 máscaras.
Esta acção – remarca Cida Oliveira – só foi possível com o envolvimento e ajuda das organizações da sociedade civil e das várias comunidades da “Ilha das Tamareiras”.
Sem se esquecer, também, da “mãozinha” dos doadores, nacionais e internacionais, que tornaram possível “a materialização desta iniciativa e o renovar” do compromisso com os descamisados de Boa Vista.
Um gesto nobre e altruísta.
Que deve ser seguido e reeditado noutras paragens de Cabo Verde.
Se a moda pega…
5- Dúvidas
O chefe do órgão regulatório de vacinas nos Estados Unidos da América – EUA – pôs em dúvida a previsão do Presidente Norte-Americano, Donald Trump, de que uma vacina contra a COVID-19, ficará pronta, ainda neste ano.
“Eu não posso prever quando uma vacina estará disponível”, afirmou Stephen Hahn, da Agência Americana de Drogas e Alimentos (FDA, na sigla em inglês), no domingo, 5 – citado pela BBC -, destacando que o desenvolvimento de uma vacina depende de dados e da Ciência.
Uma vacina eficaz treinaria o sistema imunológico das pessoas para combater o vírus, evitando, assim, que elas fiquem doentes ou desenvolvam um quadro que possa levar à morte.
Membro da força-tarefa da Casa Branca, criada para o combate à Pandemia, Hahn foi questionado sobre o tema, após o discurso de Trump.
“Eu quero enviar o nosso agradecimento aos cientistas e pesquisadores ao redor do País, e também ao redor do Mundo, que estão na linha de frente do nosso esforço histórico, para desenvolver e entregar tratamentos que salvem vidas e, em última instância, uma vacina”, afirmou Trump, num evento de celebração da independência americana, a 4 de Julho), frisando que “estamos desencadeando o brilho científico de nossa Nação e, provavelmente, teremos uma solução terapêutica e/ou vacinal muito antes do final do ano”.
Trump vem sendo criticado por seus comentários acerca de vacinas e tratamentos ao longo da Pandemia, que já matou, pelo menos, 130 mil pessoas nos EUA.
Nos últimos dias, o número de novas infecções bateu recordes nos Estados do Sul e do Meio-Oeste, e o total de diagnósticos positivos registados no País já passou de 2,8 milhões.
O chefe da Organização Mundial da Saúde (OMS), o etíope Tedros Adhanom Ghebreyesus, alertou, em Junho, sobre a possibilidade de os cientistas nunca conseguirem criar uma vacina eficaz contra o novo Coronavírus.
É ir com calma…
Mas…com segurança.