Por: Alex Semedo
1– De mal a pior…
Subiu de 999 para mil 267.
Casos positivos, acumulados, de COVID-19.
Num espaço de uma semana.
Ou seja, de uma quarta-feira, 25 de Junho, para outra, 1 de Julho.
Em Cabo Verde, com a chegada aos quatro dígitos – mais concretamente, ao milhar! -, no passado dia 25 de Junho, nota-se quase que uma explosão de novos casos de COVID-19.
Aliás, verdade seja dita, desde que findou o Estado de Emergência e entramos em Situação de Calamidade, como que as coisas pioraram.
Razão bastante para se interiorizar e ter sempre presente que o novo Coronavírus não acabou; não acaba tão cedo; e…mata mesmo.
Malgrado os avisos, apelos e conclamações das autoridades sanitárias.
Presentemente, não há nenhum cabo-verdiano destas Ilhas Plantadas no Meio do Atlântico – e fora também! – que desconheça este maléfico e silencioso vírus… “prindante” que se farte.
Não faltam informações.
Faltam sim, sensatez e respeito pela saúde e vida do próximo.
Bastas vezes já se redisse que o melhor remédio é jogar na prevenção e na antecipação.
Ficar em casa, evitando aglomerações e/ou ajuntamentos.
Em assim procedendo, poupa-se um eventual e denecessário remorso – a carregar por toda a vida! -, por termos contagiado nós mesmos, quando não a um vulnerável familiar, idoso, amigo e/ou conhecido do nosso convívio.
Para não se falar de desnecessários gastos do dinheiro de todos nós.
Até porque, a liberdade de circulação e de movimento impõe, também, o respeito pelas regras de sã convivência em sociedade e de consciência cívico-cidadã.
Como bem prega o outro, a liberdade individual finda onde começa a do semelhante.
Portanto, para um bom entendedor – aliás, cidadão responsável, cioso e cumpridor das suas obrigações! -, não se deve pisar a marca…
Para que o justo não tenha que pagar pelo pecador.
Até porque, a vida é somente uma.
E já se perderam 15 vidas.
Desde a notificação do primeio caso, na Ilha da Boa Vista, a 19 de Março, até o dia 1 de Julho.
Chega!
2–“Envolvimento” de todos precisa-se!
Artur Correia, director Nacional da Saúde (DNS), volta a bater na mesma tecla: só se ganha a luta contra COVID-19 com “um forte envolvimento” de toda população.
“As populações têm um papel fundamental nessa resposta. Já tivemos boa capacidade de resposta da população, mas, daqui para a frente, exige-se mais das populações. Com o desconfinamento, a população tem maior responsabilidade, porque, o vírus circula com as pessoas e nós devemos tomar todas as precauções e seguir as recomendações de protecção”, reiterou o DNS, na tarde de terça-feira, 30 de Junho, no já tradicional Encontro com a Imprensa.
Correia enaltece, porém, a “mudança positiva” no uso de medidas protectoras, com relevo para as mascaras faciais.
Dirigindo-se, directamente, aos jovens, Correia lembra-lhes que, regra geral, são eles os que mais circulam, havendo, por isso, “mais probabilidade” de movimentarem o vírus.
“As pessoas idosas circulam menos, estão mais confinadas nos domicílios e, quando há familiares que coabitam com os jovens, o risco aumenta”, avisa, a modos de um bom amigo.
Fazendo jus ao ensinamento popular.
3– Maio na lista…
Chegou a indesejada nova.
Dois casos positivos – mãe e bebé!. De uma só assentada.
No domingo desse dia 28 de Junho, da Era de Nossenhor Jesus Cristo.
Vai ficar gravada, para sempre, na memória dos maienses.
Assim sendo, COVID-19 já está notificada em sete ilhas habitadas do Arquipélago.
Por ora, Fogo e Brava fazem a excepção.
4– Solidariedade Checa
Solidariedade vira acção prática.
E chega a estas Ilhas Plantadas no Meio do Atlântico.
Que trava uma luta feroz – quase desigual! -, contra o temível, invisível, oportunista e “prindante” COVID-19.
Resultado: 200 máscaras e mil e 500 filtros “revolucionários” e de “última geração”, vindas da Europa Central, foram entregues às autoridades da Praia.
O cônsul-honorário da República Checa – a que outros chamam, também, de República Chéquia ou Tchéquia! – em Cabo Verde, Vladimir Trkal, não pôde estar presente no acto da entrega da doação.
Por via disso, indica o seu homólogo em Cabo Verde,
Valdmiro Segredo, para representá-lo junto das Autoridades da Praia.
Na ocasião, o Valdmir cabo-verdiano, que cataloga o seu “chará” checo como “uma pessoa muito amiga de Cabo Verde”, e “muito engajada”, anuncia que haverão “segunda e terceira vagas” de doações semelhantes.
Certificadas pela União Europeia, Segredo remarca que “estes filtros” já são usados pela Marinha dos Estados Unidos da América e pela Organização do Tratado do Atlântico Norte.
“São produtos de alta gama e qualidade, que Cabo Verde tem a sorte de receber”, garante.
E que venham muitos e muitos mais.
Por ora, o certo mesmo, é que são de grande-valia proteccional para os que estão “na linha-da-frente”.
Na luta contra COVID-19.
5– Adiamento
Nada está blindado.
Nem mesmo do Desporto-Rei é poupado por COVID-19.
Que o digam os dirigentes da Confederação Africana de Futebol (CAF).
Jogando pelo seguro e poupando a saúde dos futebolistas, a CAF chutou a realização do Campeonato Africano das Nações (CAN) lá para Janeiro de 2022.
Em vez de já em Janeiro 2021, como, inicialmente, tinha sido calendarizado, “empurra-se” para mais um ano.
Cabo Verde busca um dos lugares.
6– “Não está nem perto de acabar”
A Organização Mundial de Saúde (OMS ) manda um severo aviso, através do seu director-geral, Tedros Adhanom.
“Todos queremos continuar com as nossas vidas, mas a dura realidade é que isto não está nem perto de acabar. Embora muitos países tenham feito alguns progressos, a nível global, a Pandemia está, de facto, a acelerar”, alerta Adhanom.
Como nem tudo é ruim neste “Vale de Lágrimas” – e para contrariar! -, eis que chega notícia boa da “Terra do Tio Sam”.
Os especialistas de Saúde dos Estados Unidos da América deram o corpo ao manifesto e a cara à luta, apoiando o uso de máscaras e a clamarem por uma acção agressiva no combate à COVID-19.
Tomara que a mensagem passe.
E chegue aos destinatários.
(Publicado no A NAÇÃO (digital), nº 670, de 02 de Julho de 2020)