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Opinião

A educação financeira e a poupança em tempos de crise

Por: Olavo Semedo*

O atual contexto em que o mundo atravessa e, em particular, Cabo Verde, colocou-nos a refletir sobre as nossas decisões e tornou evidente muitos desafios a enfrentar. O consumismo tem sido um dos grandes problemas que teremos a enfrentar, sendo que, neste momento de crise, impõe-se novos desafios e paradigmas a todas as pessoas e organizações, porque o dinheiro é um recurso muito escasso, e é preciso maior conscientização sobre o seu uso (saber dosar os gastos).

Educação Financeira exige uma perspetiva de longo prazo, muito treino e persistência.

Melhorar a educação financeira não é fácil porque implica mudanças de comportamento, porém, este é o momento perfeito para grandes mudanças.

Em Cabo Verde muitas pessoas têm suas vidas afetadas pelas más decisões/escolhas financeiras, por não ter perspetivado o futuro, mas sim, decisões de curto prazo sem ter pleno conhecimento da sua realidade financeira.

O que fazer?

Existem duas estratégicas fundamentais: criar um fundo de emergência (para casos de imprevistos) e fazer poupança.

I – Fundo de emergência

Para o período da crise em que estamos a viver, é aconselhável criar um fundo de emergência (ex: 6 meses da renda familiar), para fazer face aos acontecimentos inesperados como no caso do COVID e outras doenças, calamidades e emergências ainda para casos de negócios, entre outros assuntos familiares urgentes que requerem liquidez.

II- Poupança

Pelo que todos já perceberam, a poupança deve ser prioridade. Além de poupar (que é uma condição necessária, porém, não é o suficiente), é preciso fazer a poupança render o máximo possível. A poupança é independente da renda. Por menor que sejam os rendimentos mensais, é de fundamental importância guardar parte deste valor para realizar sonhos e, será o primeiro gasto que deve ser feito. Geralmente está associada a gastos futuros com casamento, investimentos, viagens, velhice, nascimento de um filho, a educação da família etc.

A poupança nunca deve ser um fim por si só, mas sim um meio para atingir um determinado objetivo; (realizar sonhos). Como regra geral, independentemente do seu rendimento, comece a poupar 10% de TODO seu rendimento e, gaste menos do que recebe.

Com estas simples estratégias podemos enfrentar e vencer o grande desafio imposto pela Covid.

Dinheiro se bu sabi usa ca ta falta!

 

*Economista, Vice-presidente da Associação dos Jovens Economistas – AJECON

(Publicado no A NAÇÃO (digital), nº 669,  de 28 de Junho de 2020)

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