O Departamento de Estado norte-americano distinguiu dois cabo-verdianos ligados à justiça, o procurador Ary Varela e o director da Polícia Judiciária (PJ), Natalino Correia, pela sua dedicação na luta contra o tráfico humano.
Conforme um relatório da TIP Report Heroes Global Network, todos os anos, o Departamento de Estado homenageia indivíduos ao redor do mundo que dedicaram suas vidas à luta contra o tráfico humano.
Este ano, o procurador Ary Varela e o director da Polícia Judiciária, Natalino Correia, em exercício na ilha do Sal, foram reconhecidos como figuras fundamentais na responsabilização criminal de traficantes de pessoas, auxiliando as vítimas na obtenção de justiça em Cabo Verde.
“Têm perseguido persistentemente casos de tráfico de pessoas no país. Mais notavelmente, no final de 2018, eles iniciaram uma investigação sobre um caso de trabalho forçado com grande profissionalismo, que envolveu quatro vítimas forçadas a trabalhar em uma loja de venda a retalho”, descreve-se na informação.
O relatório observa ainda que em suas capacidades oficiais, Varela e Correia cuidaram do caso com “extrema sensibilidade e cautela”, trabalhando em “estreita colaboração” com uma organização internacional para garantir que as vítimas fossem protegidas e suas equipes conduzissem a investigação corretamente.
Ainda, segundo o relatório, que enaltece o trabalho dos dois diligentes da justiça cabo-verdianos, este foi o primeiro caso oficial de tráfico de pessoas de Cabo Verde, onde o governo processou réus por crimes de tráfico humano, representando um “marco crítico” na compreensão e resposta ao tráfico de pessoas no país.
“Ao longo da investigação, Varela e Correia mostraram um impressionante nível de perseverança diante de imensas dificuldades, incluindo interferência estrangeira e ameaças à sua segurança pessoal, para prosseguir com o primeiro processo trabalhista forçado de Cabo Verde”, refere o documento, elogiando o trabalho dos dois homens da justiça cabo-verdiana.
No total, foram cinco africanos homenageados, constando ainda cidadãos do Quénia, Egipto e Malawi. o reconhecimento é dirigido a trabalhadores de ONGs, legisladores, funcionários do Governo e sobreviventes do tráfico humano.
C/Inforpress