PUB

Sociedade

Covid-19 condiciona atuação das ONGs em Santo Antão

A atuação das Organizações Não Governamentais está condicionada devido aos
impactos da covid-19. Algumas das associações portuguesas que atuam em Santo
Antão suspenderam as actividades adaptando-se à nova realidade.

Os impactos da Covid-19 são sentidos em todas as áreas da sociedade, incluindo o voluntariado
e a solidariedade, indispensáveis neste cenário.

A associação portuguesa Sharing Love, presente em Santo Antão desde 2017 por
exemplo, teve as atividades condicionadas, tanto que a missão deste ano para ilha foi
cancelada.

“Esta situação que o mundo atravessa veio dificultar o trabalho de todas as
associações. No caso da Sharing Love, este ano não irá acontecer a missão de 2020,
portanto não vamos ter uma equipa de voluntários em Porto Novo, por questão
de segurança e prevenção”, diz a presidente da ONG Raquel Domingues.

A Sharing Love é uma associação que atua no desenvolvimento da comunidade do
Planalto Leste nas áreas do ambiente, educação, saúde, turismo local e direitos
humanos.

Com as atividades suspensas, no momento dedica-se ao levantamento e visitas a casas
do Planalto Leste que serão alvos de projetos futuros da associação.

Também condicionado devido ao cenário atual, o projeto Synergia tem dificuldades
em dar continuidade à iniciativa. Com foco no desenvolvimento comunitário, o projeto
promove a cultura e a educação não formal dedicada a crianças, jovens e idosos do
Porto Novo, contudo boa parte das atividades estão canceladas.

“Os voluntários tiveram de regressar à terra natal, cancelamos alguns projetos como o
festival de poesia, aulas de reforço aos alunos do 12º ano, pinturas nas escolas
primárias e a 3ª edição do Kriol Urban Fest. O trabalho com idosos, jovens e crianças
foram suspensos”, revela um dos coordenadores local da associação Allan Zego.

O projeto procura no momento as melhores formas de retomar as atividades sem
colocar em risco a saúde das pessoas.

A Junt’Amor, também uma associação portuguesa, em Santo Antão, enfrenta as mesmas
dificuldades. Com o propósito de promover uma educação mais justa, a associação
apoia os jardins e algumas escolas primárias do concelho do Porto Novo e Paul com
material escolar, didático e com a alimentação.

A recolha de doações, diz a fundadora da associação Adriana Reis, foram canceladas
devido ao cenário, sendo que no momento há dificuldades em recolher, organizar e
enviar as doações de Portugal para Cabo Verde.

Apesar das dificuldades enfrentadas, a ajuda ao próximo continua. Todas as
associações abordadas por esta reportagem pretendem enviar para Santo Antão, nos
próximos meses, doações conseguidas antes ou durante a pandemia.

Ricénio Lima

*Estagiário

PUB

PUB

PUB

To Top