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Covid-19

Diáspora: Estudantes cabo-verdianos adaptam-se às aulas à distância e dizem que o pior já passou

Lavinya Lima no Brasil, Evelise Carvalho em Espanha e Carla Luz em Portugal, representam nesta reportagem os estudantes cabo-verdianos espalhados pelo mundo que enfrentam a nova realidade em dias da covid-19 com o ensino à distância. Uma realidade que dizem encarar “com naturalidade” .

Entre estes três países, a situação tem sido mais alarmante, agora, no Brasil com mais de mil mortes diárias. Dada a situação, Lavinya Lima, que estuda no Estado de Ceará, diz que tem-se prevenido como pode.

“Desde que a situação piorou, estamos em casa. Sair só com máxima urgência para ir ao mercado ou a farmácia adquirir álcool-gel e máscaras”, conta a jovem.

Quanto às aulas, esta estudante de licenciatura, conta que foram paralisadas apesar de algum monitoramento mas que já não conta como aulas à distância. “Estamos a ter alguns acompanhamentos enquanto esperamos a decisão se voltaremos a ter aulas presenciais ou à distância”, diz.

Sem previsão de volta à normalidade Lavinya diz que as despesas têm sido maiores.

“Antes, o custo era menor uma vez que fazíamos as refeições na universidade. Estando em casa, as despesas aumentaram e temos que poupar a todo o custo para não passar necessidades” explica a jovem que garantiu não haver nenhum caso de cabo-verdiano infectado na cidade onde reside.

Canárias – Aulas on-line até o fim do ano

Já nas Canárias,  a estudante Evelise Carvalho diz que a situação está a normalizar, dia após dia. Segundo esta aluna, apesar de estarem na terceira fase de desconfinamento com abertura de espaços comerciais e pequenos negócios, a universidade onde faz o mestrado continua de portas fechadas.

“Continuamos a ter aulas à distância e parece que assim será até o término do ano lectivo. Também já estamos a terminar, tanto nós os alunos de mestrado como os da licenciatura e, até lá, temos todas as condições criadas para seguir sem aulas presenciais. Temos plataformas para aulas, exames e até para a realização de teses e trabalhos finais” conta.

As preocupações já chegaram a ser maiores, quando Espanha registava mais de mil mortes por dia. Agora está mais confiante. É que além da preocupação “considerada normal” deixou-se levar pela segurança de ser jovem, apesar da consciência de que não é imune. Desta feita, diz que a maior preocupação tem chegado, agora, com o aumento de casos em Cabo Verde.

“Estamos mais preocupados com o aumento de casos em Cabo Verde. Aqui estamos protegidos na residência, saímos só no caso de muita necessidade e temos seguro de saúde”, conclui.

Caso de Portugal

Também em Portugal, muitas universidades continuam a apostar no ensino à distância apesar do desconfinamento em vários sectores. No Instituto Universitário da Maia, no Porto, a previsão é para retomar as aulas presenciais em Setembro, dependendo da evolução da situação.

“As aulas têm sido à distância e, talvez, em Setembro, devemos retomar conforme a situação. Senão, acredito que temos todas as possibilidades de avançarmos com este plano de ensino à distância”, diz Carla Luz, estudante cabo-verdiana que frequenta um curso de mestrado naquela universidade.

Residente em Portugal há cerca de um ano, Carla acredita que adaptar-se à nova realidade é o caminho para não “desfocar” do mais importante e concluir os estudos com sucesso, independentemente das aulas serem presenciais ou há distância.

Relativamente aos primeiros dias da Covid-19 em Portugal, esta jovem natural de Santa Catarina de Santiago disse que foram difíceis mas que teve também o seu “lado bom”.

“O pior disto tudo é estar desempregada e não ter como suportar as despesas. Tudo foi assustador no início. Tentávamos acompanhar as informações. No entanto, com o confinamento consegui reorganizar a minha vida de estudante e descansar da rotina ‘casa-trabalho-escola-casa’”, conclui.

RM

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