A inauguração da Rua Pedonal de Achada Grande Trás, no passado sábado, 20, está a gerar indignação por parte dos municípes.
Não pela obra em sim, mas sim pelas circunstâncias em que a obra foi inaugurada, durante o estado de calamidade que se vive no país e em que o Governo proibiu as aglomerações de pessoas como forma de combater a propagação da pandemia.
Ora além de muitos locias, entre eles crianças, a inauguração contou com a presença de uma equipa da Câmara Municipal da Praia e da Primeira Dama de Cabo Verde.
Este cenário de aglomerado de pessoas, gerou indignação entre os praienses, pois vai contra as regras impostas pelo estado de calamidade em que vive o país, especialmente na Cidade da Praia, com o maior número de casos positivos de coronavírus.
Nas redes sociais, muitos munícipes mostraram-se incrédulos com a aglomeração promovida pela própria autarquia. Outros repartiram a responsabilidade com a população que, dizem, deve ter discernimento para proteger a si e as crianças que também estiveram no evento.
“Numa altura em que as autoridades sanitárias e o próprio Governo apelam ao cumprimento das recomendações, no intuito de se evitar a disseminação do vírus, a CM vem promovendo um conjunto de inaugurações de obras como se estivéssemos numa época normal”, questionou, na sua página do Facebook, o Provedor da Praia.
Este indaga ainda o motivo pelo qual já foram anunciadas um conjunto de medidas “muito restritivas” para as comemorações do dia 5 de Julho, “uma data muito mais importante” e o mesmo não se aplica à inauguração de uma rua pedonal.
Algumas pessoas classificaram o acto de irresponsável, tanto da parte da autarquia como da população que , inclusive, permitiu que um número considerável de crianças estivessem a brincar no parque, sem nenhuma proteção, como se pode constatar nas imagens partilhadas na página da autarquia.
“Uma absurdo ver as medidas de distanciamento social atropeladas por causa de meia dúzia de votos” apontou um internauta, que diz que tudo se deve a proximidade das eleições autárquicas.
Há ainda quem não compreenda o porquê de as praias de mar continuarem interditas quando na capital já há um conjunto de restrições levantadas que promovem também as aglomerações, incluindo as inaugurações.
Recorde-se que a Direção Nacional da Saúde vem fazendo apelos frequentes à população mas também as autarquias, que devem ser parceiros e “tudo fazer” para que evitar aglomerações de pessoas.
