Por: Alex Semedo
1- Mensagem clara…
Ilha do Sal recebeu, na tarde de terça-feira, 16, uma visita-relâmpago do Primeiro-Ministro (PM).
Que foi (quase que um recado!…), a modos, também, de levar solidariedade, ânimo, mensagem clara e bem explícita de que se está a acompanhar, a viver e a sofrer com a situação por que passa a “Ilha do Aeroporto”.
Desde o início de Junho. Mas que se agravou com o dobrar dos dias.
Ulisses Correia e Silva levou, oficialmente, solidariedade, moral, disponibilidade, foco, força, entrega, atitude e conclamação para a luta – quase que sem quartel! – que se está a travar contra o novo Coronavírus.
E que deve ser de todos – sem excepção…
Principalmente dos jovens, a quem, aliás, deixa o desafio de não se relaxarem nem confiarem – em demasia! – na pujança e na invencibilidade que julgam ter, mas de se engajarem, firme e tenazmente, no combate à Pandemia, de modo a que não sejam “atraiçoados” pelo oportunista vírus, e nem sejam, eles próprios, fontes de contágio para terceiros.
O Chefe do Governo não esconde preocupação para com a actual situação vivida na turística Ilha do Sal, mas não quer dramas.
Até porque, a Diplomacia obriga.
Pelo menos, por ora!
A equipa local de Saúde vem sendo reforçada desde o surgimento dos primeiros casos, no começo de Junho, nomeadamente: com médicos, enfermeiros, infectologista, técnicos de Laboratório e de Estatística.
E para que o Palácio da Várzea passe a ter uma presença efectiva, permanente e constante – por estes dias -, anunciou a “transferência” – com armas e bagagens! -, por, pelo menos, duas semanas, do ministro do Turismo e Transportes, Carlos Santos.
É a reedição, aliás, do que tinha acontecido com o da Administração Interna, Paulo Rocha, aquando da notificação do primeiro caso, na Ilha da Boa Vista, a 19 de Março passado.
A visita de Correia e Silva aconteceu num dia em que a Ilha registou mais oito casos de contágios (conhecidos).
Até esta quarta-feira, 17, a Ilha do Sal contava 71 infectados por COVID-19.
2- Aperfeiçoamento de comunicação
O Ministério da Saúde aposta forte e em permanência na melhoria da sua estratégia comunicacional.
Quanto mais não seja, nesses tempos de COVID-19.
Exemplo disso foi a iniciativa que o INSP (Instituto Nacional de Saúde Pública), levou a cabo, em parceira com a OMS (Organização Munidal da Saúde) e UNICEF (Fundo das Nações Unidas para Infância).
Perto de 50 profissionais da Saúde, participaram, terça-feira, 16, com recurso às Tecnologias de Comunicação,
num evento denominado: “Envolvimento Comunitário e Estratégia de Comunicação nas Estruturas de Saúde em Contexto de Emergências Sanitárias”.
É a segunda iniciativa do tipo e visa aprimorar e reforçar as competências dos que intervêm nas mais diversas comunidades e regiões de Cabo Verde.
Os formadores provieram do Escritório Regional (Afro) da OMS.
3- Ganhos dos testes…
Cabo Verde já rompeu a barreira dos 21 mil testes de virologia e de anti-corpos para a detecção do novo Coronavírus.
E têm sido de uma grande valia para os Serviços de Saúde, designadamente: na triagem, nos estudos e no esclarecimento de diagnósticos.
Disso mesmo dá conta o director Nacional da Saúde, Artur Correia, garantindo que dois por cento dos testes rápidos deram resultado positivo para a pesquisa de anti-corpos, que depois foram submetidos a testes de (PCR: “Polymerase Chain Reaction”, em inglês, que, em português dá: “Reação em Cadeia da Polimerase”), destinados a detectar COVID-19.
“Na Praia, estamos a enfrentar o avanço da Epidemia e tínhamos de acelerar a detecção precoce de casos, para podermos manter as pessoas isoladas e podermos controlar mais rapidamente os casos”, sustenta Correia, assegurando que, na realidade, “esses testes têm ajudado muito”.
Presentemente, fazem-se testes nos laboratórios dos hospitais “Dr. Agostinho Neto” (na Cidade da Praia) e do “Dr. Baptista de Sousa (no Mindelo).
Seguem-se as ilhas do Sal e da Boa Vista.
Conforme, alias, já anunciados.
4- Desafio às projecções
Quem acredita que Cabo Verde possa contrariar as projecções e os dados matemáticos que apontam para um aumento de casos de COVID-19, nos próximos dias, é o director Nacional da Saúde, Artur Correia, desde que haja protecção, colaboração, preveção e cumprimento pelos cidadãos, dos protocolos e orientações traçadas pelas autoridades sanitárias.
“O País tem reagido bem, tendo apresentado dados abaixo das previsões feitas, o que é um bom sinal”, argumenta Correia.
E nós, que somos um leigo nestas andanças, não nos resta outra saída, se não acreditar na previsão científica e técnica.
E no rigor também.
5- Nada de relaxe…
Nos tempos que correm, está-se mesmo proibido dormir à sombra da bananeira e/ou de qualquer outra árvora ou planta.
Isto vem a propósito de Nova Zelândia, País do Pacífico do Sul (na Ásia) que, depois de quase um mês sem o tal oportunista, “prindante” e invisível novo Coronavírus, voltou a registar, terça-feira, dois novos contágios.
As duas portadoras – segundo a Imprensa local -, oriundas do Reino Unido, chegaram ao País da Primeira-Ministra Jacinda Arden, para participarem nos rituais de luto de um parente morto.
Portanto, casos importados.
Mas não é só isso.
A China vive, desde a semana passada, uma situação epidémica “extremamente grave” em Pequim – a Cidade-Capital daquele Gigante Asiático.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) teme que seja uma “segunda vaga” de infecções. Já veio a terreiro avisar que acompanha, “muito de perto”, a situação.
Em Dezembro passado, no começo do surto de COVID-19, a OMS foi acusada de alinhamento com as autoridades chinesas.
Desta vez, já disse alto e bom som, para quem quer ouvir: está a considerar enviar especialistas para Pequim, nos próximos dias.
Portanto, os tempos não são de relaxe.
Nem de baixar a guarda.
Perguntem à lebre, como passou com o cágado…
(Publicado no A NAÇÃO, nº 668, de 18 de Junho de 2020)