As empresas tiveram acesso até agora a apenas 20% dos 4 milhões de contos disponibilizados pelo governo, para mitigar os efeitos da Covid-19, alertou o presidente da Câmara de Comércio de Sotavento, em declarações à RCV.
Conforme Jorge Spencer Lima, o problema prende-se com a morosidade do fisco em viabilizar os pedidos de regularização das empresas para poderem ter acesso as linhas de crédito. Entretanto, o representante do patronato da região do Sotavento dá nota positiva ao INPS que, segundo diz, soube adaptar-se a situação.
A resposta “rápida” do INPS agrada o presidente da Câmara do Comércio de Sotavento, que considera que já não há a dificuldade das empresas em regularizar as suas dívidas junto desse instituto, que, segundo ele, tem cumprido com a sua comparticipação de 35% dos salários dos trabalhadores em lay off.
“Devemos tirar o chapéu ao INPS que soube correspnder, soube entender bem o momento que nós passamos e encontrou mecanismos de resolver o problema no que diz respeito à questão das negociações do pagamento do INPS. Portanto, soube adaptar-se ao fazer as negociações com as empresas e, sobretudo, encontrou um mecanismo rápido de respostas.”
Ainda assim, há problemas no pagamento dos 35% do INPS, mas a culpa, adverte Jorge Spencer Lima, é da Direção Geral do Trabalho.
O presidente da Câmara de Comércio de Sotavento mostra-se também satisfeito com as medidas do governo de apoio às empresas e com a sua capacidade de diálogo. Contudo, estas disponibilidades “revelam-se insuficientes”, diz Spencer Lima, para evitar que empresas possam fechar e que haja despedimentos, se ajustes rápidos não forem feitos.
A lentidão do fisco em responder aos pedidos das empresas de regularização das dívidas para que possam ter acesso ao financiamento é, na óptica de Spencer Lima, um problema a ser resolvido.
O presidente da Câmara de Comércio de Sotavento aponta como exemplo dessa morosidade o acesso a apenas 20% dos 4 milhões de contos disponibilizados, quando, três meses depois, se deveria estar a falar em 90% de acesso.
Jorge Spencer Lima considera ainda que terá que ser revisto o prazo de três meses de vigor destas medidas de apoio às empresas e aos trabalhadores em lay off, porque, no seu entender, o problema não será ultrapassado já, prevendo que alguma retoma no turismo só acontecerá para Setembro/Outubro e uma retoma mais pujante só nos finais de 2021.