Os condutores que operam na rota entre Santo Antão e São Vicente continuam a protestar as sucessivas multas que têm recebido por parte da Polícia Nacional, muito por excesso de peso nas viaturas.
Segundo Aluísio Oliveira, que falava em representação da classe, trata-se de um procedimento injusto e que demostra alguma perseguição, já que não estão criadas as condições que lhes permita operar dentro das normas estabelecidas.
Por um lado, diz Aluísio, falta uma balança no cais de cabotagem do Porto Novo e outra em São Vicente, para que as viaturas possam ter controlo sobre a quantidade de carga transportada.
Entretanto, para que esta medida seja justa para os operadores, defende, é preciso também implementar uma tarifa, com preços cabíveis e a ser cumprida escrupulosamente por todos.
É que, segundo este condutor, são eles a estabelecer o preço a pagar mediante a carga transportada, o que dá lugar à concorrência desleal e impede que consigam ter lucro, transportando o peso estabelecido pela lei.
“Sempre houve a necessidade de sobrecarregar os veículos para que pudessem lucrar, para além das despesas da viagem e isso nunca representou um problema para ninguém”, defendeu, alegando ainda que entende, entretanto, que, muitas vezes, os condutores “exageram” na quantidade de carga.
Este jovem pode, por isso, a intervenção “urgente” das Câmaras Municipais para se chegar a um consenso e se fazer o ajuste das tarifas, para que possam “trabalhar com rigor e aplicar um preço justo”.
“O Governo pede jovens empreendedores e autónomos e é isso que temos estado a tentar fazer. Estamos a lutar para o nosso próprio sustento e exigimos respeito pela classe”, adiantou.
O jovem critica ainda a posição de políticos e dirigentes que “vivem falando do canal como o mais rentável de Cabo Verde”, mas que esquecem que são eles também os responsáveis pela rentabilidade e ganhos para a economia destas duas ilhas.
“Fazendo as contas, nos últimos dois meses, o Governo colheu cerca de 225 mil escudos, só em coimas aplicadas aos condutores. Eu já perdi, em um mês, 50% do meu rendimento”, explica, alegando que a situação já se assemelha a perseguição, quando não são criadas as melhores condições para operarem dentro da legalidade.
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