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Covid-19

Advertência. Desconfinamento não rima com abrir torneira

 

Por: Alex Semedo

1- Responsabilidade exige-se!  

As autoridades sanitárias estão incansáveis e a avisar alto, com clareza e em bom som, para quem quer ouvir.

O desconfinamento, que é gradual e faseado, não rima nem significa relaxamento, baixar da guarda ou o abrir de torneiras para “sêka peli”, “txoldas”, pândegas ou pique-niques nas “carakas”.

Muito pelo contrário.

Ademais,  é sempre bom ter em mente, que o País saiu do Estado de Emergência, mas…está em Situação de Calamidade.

Portanto, ainda, com uma lista – não muito curta! – de restrições.

Principalmente, a Ilha de Santiago. E os seus nove municípios.

Destarte, as responsabilidades de todos, mas de cada um de nós em particular, não importando a idade, sexo, crença filosófica, religião, origem e/ou condição social – até porque, meio a brincar mas que não deixa de ter o seu pingo de verdade, já se classifica o novo Coronavírus como “o mais democrático” de todos os da sua estirpe! -, devem ser elevadas, em ordem a darmos luta sem quartel à COVID-19.

Já se disse, milhentas vezes, que “a luta é de todos”, onde quer que estejamos.

Esta mesma mensagem – que é uma advertência pertinente, que até rima com responsabilidade cívica e dever cidadão! -, para ser sempre lembrada e levada a sério, foi reiterada pelo director Nacional da Saúde, Artur Correia, num dia emblemático e icónico como o é 1 de Junho – Dia Mundial da Criança -, no já tradicional encontro com a Imprensa.

“Um apelo que faço em nome do Ministério da Saúde é que haja responsabilização e que as pessoas tenham consciência de que tudo o que fizerem em relação às boas-práticas de prevenção a COVID -19, é para a sua saúde, para saúde dos seus familiares e para a saúde de toda a comunidade”, sustentou Correia, a modos de clamor.

Ainda ele, por estes dias entrou na liça os primeiros casos activos  no Sal,  mas, todas as ilhas estão em risco.

E remarcou: “Sempre disso isso, e já sabemos que é assim”.

Que é o mesmo que dizer: não há nenhum torrão deste Cabo Verde blindado nem imune à COVID-19.

Pelo que, todos são conclamados a jogarem na prevenção e…seguirem as orientações das autoridades sanitárias.

Que nem exigem cifrões.

 

2- Quase oito mil…

Cabo Verde está numa nova fase de testes para COVID-19.

Tanto os rápidos como os PCR, ou seja: os feitos em Laboratório. “Os testes rápidos estão a ser muito utilizados aqui, no Concelho da Praia, em diferentes bairros. Tem permitido uma triagem muito boa para os casos positivos de testes rápidos, para efeitos de serem atestados para PCR”, anunciou Artur Coirreia, director Nacional da Saúde, no já sobredito encontro com os josnalistas.

Até segunda-feira, 1 de Junho, no marco “de mais de uma semana”, já tinham sido feitos perto de oito mil testes rápidos, sendo que 1,2 por cento indicou positivo para pesquisa de anti-corpos.

E é para continuar.

 

3- Mais uma morte…

Uma mulher de 62 anos é a mais recente vítima mortal de COVID-19, no Hospital “Dr. Agostinho Neto”, na Cidade da Praia.

É a quinta morte no Arquipélago – e a quarta na Praia -, pelo novo Coronavírus.

A doente que se encontrava, há vários dias, “em estado grave”, padecia de outras co-morbidades, inclusive estava a fazer hemodiálise.

Com a confirmação e a actualização dos dados – apresentados na segunda-feira, 1, mas referentes a 31 de Maio, domingo -, Cabo Verde conta, presentemente, com 458 casos acumulados de COVID-19, repartidos pelas ilhas de Santiago (397), Boa Vista (56), São Vicente (quatro, sendo um, importado da Ilha do Sal) e Sal (um).

Há o registo de 211 recuperados e cinco óbitos: quatro na Praia; e um, na Ilha da Boa Vista, onde se notificou o primeiro caso a 19 de Março, mas sem nenhuma anotação activa há mais de cinco semanas.

Nos diversos bairros do Concelho da Praia, continuam a ser feitos testes rápidos gratuitos, com vista à detecção de anti-corpos.

 

4- Novas à Norte

O Laboratório de Virologia de São Vicente, que atenderá, também, as ilhas de vizinhas de Santo Antão e de São Nicolau, começa a funcionar, “brevemente”.

A garantia é da presidente do INSP – Instituto Nacional de Saúde Pública -, Maria da Luz Lima, revelando que terá a capacidade para fazer, diariamente, cem  testes de PCR.

“A capacidade da realização de testes PCR, a nível Nacional, ficará muito reforçada.  Para nós, é muito reconfortante, pois, sabemos que para viajar é preciso fazer PCR também. Estamos convictos de que tudo correrá bem na resposta diária”, realçou Lima, notando que, actualmente, o Laboratório da Praia, “com capacidade reforçada”, recentemente, efectua até 300 testes/dia.

 

5- Empolgamento balnear

O  IMP – Instituto Marítimo e Portuário – está “xatiadu si” com o descumprimento do Regulamento de acesso às praias de São Vicente, pelos banhistas, com destaque para às mais frequentadas de Laginha e da Baía das Gatas – que empresta o nome ao primeiro e o mais icónico Festival Internacional de Música de Cabo Verde.

É isso mesmo que veio a terreiro – ou ao areal? -, avisar – em jeito de ultimato! -, nesta  terça, 2, a presidente do IMP, Joana Carvalho, acompanhada do delegado da Saúde de São Vicente, Elísio Silva, de que “é a última” tentativa de sensibilização” e chamada à razão aos amantes das quentes, límpidas e transparentes águas são-vicentinas.

“O IMP reitera a necessidade do cumprimento das restrições às zonas marítimas balneares, que irão perdurar o tempo que for necessário para permitir a convivência com o vírus em condições de risco mais reduzido”, notou Carvalho, avisando que se não houver “cumprimento rigoroso” do Regulamento em vigor, as praias podem voltar a ser interditadas.

Elísio Silva reafirma a necessidade de cumprimento das directivas emanadas, com relevo para  o distanciamento físico, de molde a não se deitar pelo mar afora todo o trabalho já feito pelas autoridades.

É um aviso aplicável e extensivo, também, a outros pontos do País.

Nada de empolgamento.

Contenção reclama-se…na hora de ir ao pote.

Aliás, a banhos.

 

6-  OMS preocupada…

A Pandemia da COVID-19 pode arrastar-se em África, durante vários anos e matar até 190 mil pessoas, nos próximos 12 meses, alerta a Organização Mundial da Saúde – OMS.
Um Estudo publicado, esta semana, pela Organização prevê que entre 29 a 44 milhões de pessoas possam ser infectadas pelo novo Coronavírus em África, durante o primeiro ano da Pandemia, o que “esmagaria a capacidade médica disponível”, num Continente onde o rácio de camas de cuidados intensivos é de nove por cada milhão de pessoas.
A Investigação da OMS debruça-se sobre 47 países africanos, abrangendo uma população total de mil milhões de pessoas.

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