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Covid-19

Praia: ACRIDES alerta para o problema das demolições no Alto da Glória que afectaram crianças

Para garantir o bem-estar das crianças é preciso olhar para as famílias, no seu todo, defende a Associação de Crianças Desfavorecidas (ACRIDES), que aponta a ausência do Serviço Social nas comunidades como uma lacuna “grave”.

Um dos grandes desafios do Governo de Cabo Verde, indica a presidente da ACRIDES, Lourença Tavares, é colocar os serviços da proteção social no terreno, como se fazia nos anos 80, para, junto das populações, auscultar os seus problemas e resolver, posteriormente.

Não se pode, pois, tratar o assunto da criança de uma forma solta, defende, e diz que as políticas sociais para o sector infantil devem ser trabalhadas junto das famílias e das comunidades.

“É atraves do bem-estar das famílias que as crianças se sentem seguras e felizes. E, por sua vez, as famílias só poderão responder às necessidades dos filhos se tiverem as condições para isso. E estas condições são da responsabilidade do Governo”, sustenta Lourença Tavares.

Assim como se procura elevar no sector económico, explica, o social também deve ser alvo de inovação. Uma forma de fazer isso, aponta Tavares, é através de formações de reciclagem aos profissionais, para que possam estar aptos a responder aos desafios e problemas sociais que lhes impõe.

“Ontem, ao ouvir os assistentes sociais de Santo Antão a reclamarem o direito ao emprego, eu acho que é porque também já constataram isso. E Cabo Verde tem profissionais da área social para ajudar o Governo a encontrar as melhores soluções para os problemas e implementar as melhores políticas”, constata.

Lourença Tavares faz referência ainda ao actual problema social no bairro Alto da Glória, na Cidade da Praia, onde cerca de 70 casas de lata clandestinas foram destruídas e algumas famílias ficaram ao relento, inclusive, com crianças.

“As crianças estavam lá presentes, mas elas não são culpadas. Isto mostra que não há como implementar políticas para as crianças se não há políticas efetivas para as famílias”, explica.

Segundo a ACRIDES, durante a pandemia, as famílias estão a passar por necessidades a todos os níveis. Desde a habitação condigna, até livros e brinquedos para as crianças. “Elas não têm nada.”

Não se pode pensar num grupinho

Por exemplo, exemplifica, o Ministério da Educação teve uma ideia “brilhante” que foi a de colocar as crianças a estudar em casa. Entretanto, não são todas as crianças que conseguem estudar em casa porque muitas não tem as condições mínimas reunidas.

“Nós não podemos pensar num grupinho. Temos de pensar no todo e em todas as crianças e famílias de Cabo Verde”, exorta Lourença Tavares.

Às famílias, esta pede que que continuem a acreditar e a dar o seu contributo onde puderem. Ao Governo, que faça valer o importante e fundamental papel em promover o bem-estar destas famílias. “Fazer a família é fazer as crianças”, conclui.

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