Um jovem, que preferiu preservar a sua identidade, e que falava em representação do grupo de pessoas ali confinadas, procurou este jornal para denunciar “más condições de isolamento” no Estádio Nacional e pedir a intervenção das autoridades sanitárias.
Em anonimato, esta fonte aponta a falta de um médico de plantão para dar assistência a pessoas com outros problemas de saúde, problemas relacionados com a alimentação e higiene do local.
“Não temos um médico de plantão, mas há pessoas aqui que precisam de algum acompanhamento, já que as enfermeiras não lhes podem medicar”, diz a nossa fonte, que falava especialmente de um doente de hipertensão.
Por outro lado, acrescenta, outras pessoas são medicadas sem a avaliação médica, o que tem preocupado os doentes ali confinados.
Em relação à higienização e desinfecção do local, o jovem diz que são desinfectados apenas os corredores e casas de banho, quando acha que o serviço deveria ser estendido aos cómodos de dormir.
Os quartos e casas de banho, segundo diz, no dia a dia são higienizados pelas pessoas em isolamento, mas, “há dez dias que falta sabão e lixívia” para o efeito.
“Não há lixívia, detergente ou álcool nas casas de banho, que são apenas três, compartilhados por todos”, explica, garantindo que já fizeram vários pedidos ao pessoal de limpeza, mas que estes dizem não poder fazer nada, estando eles também à espera que os materiais de limpeza cheguem ao local.
Com relação à alimentação, a nossa fonte fala em horários irregulares para o almoço e jantar, “que chegam muito tarde”, enquanto o café da manhã chega às 8h.
“O almoço costuma chegar às 14h30 e o jantar às 21h30, entretanto, muitas vezes frio. Ontem (quinta-feira) cinco pessoas tiveram alergia, com inchaços, comichão e vermelhão no rosto, depois de comer”, acrescenta, pedindo que a situação seja revista “por quem de direito”, já que no isolamento só conseguem falar com o pessoal de limpeza e enfermeiros.
Até este momento, o jornal não conseguiu ouvir as autoridades sanitárias.