O fim do franco CFA é um forte símbolo político, mas a paridade fixa do Eco com o Euro representa “um cordão umbilical com a França, que não é completamente cortado”, considera o economista guineense Carlos Lopes.
Na quarta-feira – segundo a RFI -, a França aprovou um Projecto de Lei que ratifica o fim do Franco CFA, que passa a chamar-se Eco, mas Carlos Lopes não acredita “que o ECO possa entrar em funcionamento este ano”.
O texto aprovado pelo Conselho de Ministros da França determina o fim da centralização das reservas cambiais dos Estados da União Monetária da África Ocidental (UEMOA) no Tesouro francês e também estipula que o Eco mantém a paridade fixa com o Euro.
Apesar do fim do Franco CFA ser um símbolo forte dado por Paris, a paridade fixa do Eco com o Euro constitui “um cordão umbilical com a França que não é completamente cortado”, explica Carlos Lopes, economista guineense e professor honorário na Escola de Governança “Nelson Mandela”, da Universidade de “Cape Town”, na Africa do Sul.
A Reforma foi negociada entre a França e os oito países da UEMOA – Benim, Burkina Faso, Costa do Marfim, Guiné-Bissau, Mali, Níger, Senegal e Togo – ficando de fora sete países da CEDEAO, como a Nigéria ou Cabo Verde, assim como os seis países da África Central que utilizam o Franco CFA.
Carlos Lopes não acredita “que o ECO possa entrar em funcionamento este ano”.
Carlos Lopes, economista bissau-guineense, foi sub-secretário-geral das Nações Unidas e secretário-executivo da Comissão Económica para a África. Actualmente, é professor honorário na Escola de Governança Nelson Mandela da Universidade de “Cape Town”, na África do Sul.