O Parlamento espanhol aprovou, quarta-feira, o prolongamento por mais duas semanas, até à meia-noite de 6 de Junho, do Estado de Emergência, em vigor desde 15 de Março, com o objectivo de lutar contra o novo Coronavírus.
De acordo com jn.pt, a maior formação política da Oposição, o Partido Popular (direita), votou, pela primeira vez, contra a proposta do Governo, depois de ter começado por apoiar o Estado de Emergência em Março e de se ter abstido, na última vez, numa altura em que o segundo maior Partido da Oposição, o Vox (extrema-direita), já votava contra.
Numa votação em que a maioria dos membros da Assembleia participou a partir de casa, através de meios telemáticos, votaram a favor 177 deputados, contra 162 e abstiveram-se 11.
Trata-se da quinta vez que o Governo minoritário, formado por uma Coligação entre o Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE) e o Unidas Podemos (extrema-esquerda), consegue aprovar a extensão por períodos de duas semanas.
O Executivo Socialista conseguiu a aprovação da nova prorrogação, depois de negociações, de última hora, com o Cidadãos (direita-liberal), que não agradaram a várias formações regionais.
Este apoio de um Partido de centro-direita aumenta a distância do Primeiro-Ministro (PM), Pedro Sánchez, com um Partido que foi fundamental na sua investidura em Janeiro último, a ERC (independentista catalão), com um outro que, até agora, tinha sido incondicional no apoio à crise: o Compromís (Coligação Nacionalista da Comunidade de Valência), e com outros partidos da esquerda parlamentar.
Durante o debate, que teve lugar antes da votação, o PM espanhol, Pedro Sánchez, pediu desculpas pelos “erros próprios” que possa ter cometido, sublinhou, devido à “urgência dos tempos, à falta de recursos e à excepcionalidade e ausência de precedentes”.
Por seu lado, o líder do PP, Pablo Casado, acusou Pedro Sánchez de estar “como uma galinha sem cabeça, mudando de parceiros e de estratégia”, considerando que seria “irresponsável” dar o seu apoio ao Executivo.
O Plano de Alívio das medidas de luta contra o novo Coronavírus, que está a ser implementado, prevê o levantamento gradual do confinamento numa série de fases, que deverão terminar em finais de Junho, com a chegada a uma “nova normalidade”.
A maioria da população do país, cerca de 70 por cento, já se encontra na “Fase Um” desse Plano desde segunda-feira, mas as regiões mais atingidas pela Pandemia de COVID-19, que incluem a Comunidade de Madrid, a Área Metropolitana de Barcelona e grandes zonas de Castela e Leão, mantêm-se numa etapa intermédia, chamada “Fase 0,5”.
Espanha é o segundo País com mais mortos com a COVID-19 por cada milhão de habitantes (596 óbitos), depois da Bélgica (790) e antes da Itália (535), Reino Unido (526) e França (429), numa lista em que os Estados Unidos da América têm 285 e Portugal 124.