A ideia não é nova e, no final do ano passado e princípio de 2020, voltou à ribalta em algumas notícias e artigos de opinião da Finlândia ao Reino Unido.
Agora é a Primeira-Ministra (PM) da Nova Zelândia, Jacinda Ardern, a sugerir que os empregadores considerem uma semana de trabalho de quatro dias e outras opções flexíveis como forma de impulsionar o Turismo local, mas também de ajudar os seus funcionários a lidarem com questões relacionadas com o equilíbrio entre vida profissional e familiar, numa altura em que muitos estão, inclusive, em tele-trabalho.
“Tenho ouvido muitas pessoas a sugerir que deveríamos ter uma semana de trabalho de quatro dias. Em última análise, isso é algo entre empregadores e funcionários. Mas, como já disse, temos aprendido muito com a COVID-19 e temos visto uma produtividade e flexibilidade das pessoas que trabalham em casa que é prometedora”, avança Arden, citada pelo dn.pt, incentivando “todas as pessoas a pensarem nisso, nomeadamente, se é um empregador e está numa posição em que isso pode funcionar na sua empresa”.
Os comentários foram bem recebidos pelos locais.
Tal como noutros países como Portugal, o Turismo é uma das principais indústrias e está em crise profunda devido à crise pandémica.
Existem estudos recentes a dar força à possível medida. Uma investigação de uma organização britânica, chamada TUC (“Trades Union Congress”) constatou que 45 por cento (%) dos funcionários desejam ter uma semana de quatro dias de trabalho e outro estudo da “Henley Business School” indica que 77% dos trabalhadores admitem que uma semana de quatro dias iria melhorar a sua qualidade de vida.
Também existem argumentos relacionados com a sustentabilidade, com estudos a indicar que uma semana mais curta de trabalho leva a um corte significativo da pegada de carbono, já que reduz as deslocações.
Portugal parece ainda estar muito longe desta modalidade, pelo menos de forma generalizada.
De acordo com um indicador do Eurostat, o País está entre os que têm maior número de horas efetivamente trabalhadas por semana durante 2018. O registo inclui as horas extraordinárias e aponta para uma média de 40,8 horas em Portugal (em 2018) e de 40,2 horas, em media, na União Europeia.