Por: Alex Semedo
1- Unguento dos que mais precisam.
Honrando a Tradição – e para não variar! – os Enfermeiros, considerados unguentos dos que mais sofrem e precisam – de toda esta nossa Aldeia Global! –, estão e continuam estando na Linha da Frente, quando o assunto é cuidar dos outros sem olhar a si.
Neste 12 de Maio de 2020 – Dia Internacional da Enfermagem, também consagrado como Dia Mundial dos Enfermeiros -, por culpa da COVID-19, estão muito mais que presentes, mas, também, mais expostos às maleitas, mas sem fugir à triste realidade vivida, tanto nestas Ilhas espalhadas no Meio do Atlántico, como no Mundo todo.
Assim foi no antanho e…continuará sendo, de certeza, no porvir, sempre com foco no próximo e semelhante em primeira linha…sem olhar a quem.
Também pudera.
Foi por isto mesmo – e por outras razões mais que nobres! -, que a Patrona Florence Nightingale – carinhosa e familiarmente tratada por “Dama da Lámpada”! -, inglesa de nacionalidade e italiana – de Florença – de nascimento, em 1820…portanto, há 200 anos! -, deu corpo e alma à primeira Escola de Enfermagem Moderna, em 1860.
Porém, a data tal como é nos dias que correm, só veio a ser comemorada, pela primeira vez, em 1965, entrando em 1974, no Calendário Celebrativo, pela incessante, teimosa e justa persistência do Conselho Internacional dos Enfermeiros.
Esta Pandemia Global da COVID-19 veio evidenciar e pór à prova – nem era preciso para tanto! – o indispensável e relevante papel dos Enfermeiros, que estando na Linha da Frente – à semelhança de outros servidores da Saúde! -, infelizmente, contraíram o novo Coronavírus…mas não se dobraram, nem dobram, insistindo em levar a “lâmpada da esperança” e unguento da cura a quem mais precisa.
Para que a data não passe, totalmente, despercebida, os brindes foram adiados, mas não esquecidos, cingindo-se às manifestações e renovação de promessas nas Redes Sociais.
Na esperança de que tempos melhores virão e de que todos os 365 dias – ou 366, consoante for o caso! – sejam dos Enfermeiros.
Valorizando sempre e em permanência o trabalho, espírito de missão, atitude e entrega desses briosos da “lâmpada”.
Sem olhar a quem…
2- Elogio Papal.
O Papa Francisco, como, aliás, é do seu timbre e feitio, aproveitou a sua Prédica na Missa diária – agora “Online”! -, que reza, na Capela de Santa Marta, no Vaticano, para elogiar os Enfermeiros, na sua incansável e incessante luta contra a Pandemia de COVID-19.
“Todos os dias, vemos testemunhos de coragem e sacrifício dos profissionais de Saúde e dos Enfermeiros em particular que, com o seu profissionalismo, auto-sacrifício, e sentido de responsabilidade e amor pelo próximo, tém ajudado pessoas afectadas pelo vírus, colocando até a sua própria saúde em risco”, remarcou o Chefe da Igreja Católica.
Dentro de portas, o SLTSA – Sindicato Livre dos Trabalhadores de Santo Antão -, na pessoa do secretário-permanente, Carlos Bartolomeu, aproveitou o evento para “exigir ao Governo a resolução de todas as pendências relacionadas com a classe da Enfermagem, e propor a promoção automática de todos os Enfermeiros, ainda este ano, face ao novo Estatuto da Carreira da Enfermagem”.
Em Abril passado, a OMS – Organização Mundial da Saúde – relevou a importância e o papel dos Enfermeiros nesta nossa Aldeia Global, lembrando que, em 2018, eram 28 milhões, constituindo, por isso, 59 por cento de todos os profissionais de Saúde.
Bem-hajam!
Quanto mais não seja, nestes 200 anos da Patrona…
3- Preocupante.
Infelizmente, continua a ser assim, no Município da Praia – de uns dias a esta parte, o registo – sem falhas! – de novos casos de contaminação pela COVID-19.
Nesta terça-feira, 12, foram mais sete positivos – nas últimas 24 horas -, totalizando-se, assim, 212, só no Concelho que alberga a Cidade-Capital de Cabo Verde.
Boa Vista não tem registado – felizmente! – nenhum caso nesses últimos dias.
A nível do País já são 267 contaminados. Há o registo de 205 casos activos, que o Ministério da Saúde e Segurança Social garante estarem todos “com evolução clínica estável”.
Do lote dos 267 infectados, contabilizam-se dois óbitos, sendo um, turista inglês, de 62 anos, na ocasião, em gozo de férias, na Ilha da Boa Vista, e uma idosa de mais de 90 anos, na Cidade da Praia.
Para nós, que somos pobres mortais e ultra-leigos na matéria, a situação já preocupa. Mas, a crer nos entendidos – ainda! -, não é alarmante.
Tomara que assim seja.
4- Prorrogação ou não…
Eis o dilema…aliás, o cerne da questão.
Os dez edis dos municípios em Estado de Emergéncia – até dia 14 de Maio! -, sendo nove na Ilha de Santiago e mais o da Boa Vista, estão – quase! – unânimes na sua suspensão e na retoma das “nova e possível normaliddade”.
Nenhum se diz contra o “levantamento”. Há uns que se dizem ser “nem contra, nem a favor” e, somente um – o da Ribeira Grande de Santiago, também ele, “Boss” da Associação dos Municípios de Cabo Verde, Manuel de Pina! -, que se abstém em pronunciar, e que, no que ainda vigora manifestou-se, abertamente, ser contra a prorrogação.
Ante este cenário, a bola, aliás, a decisão está toda ela nos argumentos, peso, medida, avaliação e “canetada” do Presidente da República, Jorge Carlos Fonseca, que aproveita este dias restantes para “acompanhar muito de perto” e a informar-se “sobre a evolução da epidemia no país e, em especial”, nas ilhas de Santiago e Boa Vista, sem se esquecer das demais regiões de Cabo Verde, “onde se vive o que se convencionou chamar o ‘pós-emergéncia’”.
Mesmo navegando –ainda! – em certezas e no mar de palpites, a inclinação é de que Fonseca suspenda a prorrogação – após ouvir o Governo de Ulisses Correia e Silva e obtendo autorização da Assembleia Nacional -, apostando – com todos os riscos daí decorrentes! – no “afrouxamento” das medidas restritivas e no recurso a outros instrumentos menos “sufocantes”.
Sempre ciente de que o fim do Estado de Emergéncia não rime com a morte de COVID-19, mas, também, de que a Pandemia não deve matar a Economia.
Não perdemos por esperar…a decisão final.
5- Esperança.
A OMS – Organização Mundial da Saúde – admitiu, esta terça-feira, 12, que alguns tratamentos dão mostras de limitar a severidade ou tempo de COVID-19, pelo que “está focada em aprender mais sobre quatro o cinco” situações promissoras.
“Temos alguns tratamentos que parecem estar a limitar a severidade ou o tempo da doença, mas ainda não temos nada que consiga matar ou parar o vírus”, anunciou a porta-voz da OMS, Margaret Harris, ressalvando, contudo, que “precisamos de mais” dados “para estarmos cem por cento confiantes, de forma a que possamos escolher este tratamento em relação a outro”.
Ficamos no aguardo da “descoberta”…torcendo para que a esperança vire realidade.
O quanto antes…