Vários supermercados e minimercados da capital foram surpreendidos na manhã deste domingo,3, pela visita de agentes da polícia nacional que mandaram encerrar os estabelecimentos.
Alguns proprietários ouvidos pelo A NAÇÃO explicaram que no caso dos seus estabelecimentos a polícia chegou e mandou simplesmente encerrar os mesmos, sem dar justificações. Os proprietários estão aflitos, pois, dizem, “desconhecemos” a abrangência da lei. “Não sabemos se é só hoje ou não.” Os mesmos estão inclusive a tentar contactar a protecção civil para terem mais informações.
Também na Terra Branca, a polícia cercou o mercado local de venda de frutas e verduras e mandou as vendedeiras arrumarem as suas coisas e irem para casa para encerrar o mercado, sem dar grandes explicações. As mesmas não ofereceram resistência e estão arrumar os seus produtos
Ao que tudo indica, pelo que A NAÇÃO pode apurar, em causa está a nova lei do terceiro estado de emergência, aplicado à ilha de Santiago e Boa Vista, que prevê o encerramento dessas superfícies comerciais aos domingos.
Muitas pessoas que gostam de deixar os domingos para fazerem compras por serem “dias mais tranquilos e com menos aglomerado de gente” ficaram surpreendidas com a medida e viram-se privadas de fazerem as suas compras, pelo que começaram a reclamar.
“Não faz muito sentido, nem tem lógica encerrarem ao domingo, pois, quantos mais dias houver para as pessoas irem às compras menos aglomerado de pessoas. Porque se você restringe e diminuiu os dias mais gente se junta”, disse ao A NAÇÃO um cliente.
Recorde-se que nos outros dois estados de emergência os supermercados e minimercados estavam na sua esmagadora maioria abertos aos domingos até às 13h da tarde.
O primeiro-ministro Ulisses Correia Silva, garantiu, desde o início da pandemia no país que as lojas de bens essenciais iam continuar abertas para as pessoas abastecerem e não necessitarem de fazer açambarcamento.
O terceiro estado de emergência entrou em vigor às zero horas deste domingo,3, em Santiago e Boa Vista e vai até ao dia 14 de Maio.
Cabo Verde regista até então 152 casos de coronavírus, sendo 93 em Santiago (90 na Praia) 56 na Boa Vista e três em São Vicente. Dois doentes faleceram, um na Boa Vista, um turistas inglês de 62 anos que já tinha problemas de saúde e uma idosa de Santiago, com mais de 90 anos. Dezoito pessoas recuperaram da doença até agora. A maioria dos infectados apresenta sintomas leves e ligeiros e até também assintomáticos.