A situação da Cabo Verde Airlines (CVA), que foi suspensa de emissão de bilhetes das agências de viagens credenciadas pela IATA, em Portugal, preocupa o PAICV.
O vice-presidente do maior partido da oposição, Nuías Silva, disse, esta sexta-feira, 23, em conferência de imprensa, que esta suspensão da IATA “mancha o bom nome e a credibilidade” do país, tendo em conta que, se a situação não for regularizada dentro de 30 dias, será retirado o código VR à CVA, e, com isso, a companhia fica impossibilitada de realizar qualquer operação comercial.
“O facto é que a suspensão feita pela IATA veio demonstrar que o que está em causa é uma dívida de aproximadamente 2,4 milhões de dólares para com a IATA”, realçou.
Nuías Silva considera ainda que, para além de afectar diretamente a imagem do país e da CVA, esta suspensão impacta ainda diretamente as agências de viagens nacionais e clientes individuais. Essa suspensão inclui as vendas e reclamações de reembolso que já não serão liquidados pela IATA.
Contudo este dirigente do PAICV fez questão de realçar que a situação em que se encontra a CVA “não é de hoje”.
“Começou muito antes da pandemia do novo corona vírus”, esclareceu Nuías Silva lembrando que, nas campanhas eleitorais de 2016, o MpD assumiu que tinha a solução para a TACV, “contratou uma empresa estrangeira para reestruturar a companhia, que pagou a preço de ouro com dinheiro de todos os cabo-verdianos”.
Conforme um comunicado emitido no início desta semana pela IATA, s agências de viagens credenciadas em Portugal, devem “suspender imediatamente todas as actividades de emissão de bilhetes em nome da Cabo Verde Airlines”.
Os agentes de viagens, de acordo com a determinação da IATA, devem “parar de usar imediatamente o nome da Cabo Verde Airlines e seu código numérico como companhia aérea emissora de bilhetes”.
A Associação das Transportadoras Aéreas Internacionais diz que “é necessário que todas as contas em aberto, incluindo vendas pendentes e reclamações de reembolso também pendentes, assim como quaisquer transações futuras, sejam liquidadas directamente com a Cabo Verde Airlines”.
“Os valores totais a ser pagos por agentes de viagens do BSP em datas de remessa futuras não incluirão quaisquer valores devidos ou a ser recebidos pela Cabo Verde Airlines, entre eles quaisquer reembolsos efectiva ou possivelmente pendentes devidos pela Cabo Verde Airlines”, acrescenta a Associação.
A IATA sublinha ainda que “nenhum reembolso pode ser deduzido ou transportado das contas pendentes, das vendas pendentes ou de qualquer transacção futura da Cabo Verde Airlines”.