Um cidadão português encontra-se retido, deste o dia 20 de Março na ilha da Boavista, na sequência do isolamento imposto a essa ilha, devido ao registo do primeiro caso de COVID-19 no país. Neste sentido, apela as autoridades competentes que tornem possível a sua evacuação para São Vicente, onde reside há cerca de cinco anos.
António Vila viajou de São Vicente para Boa Vista no dia 19 de Março, um dia antes de se ter conhecimento do primeiro caso de COVID-19, no país. Com o diagnóstico desse caso positivo, a ilha da Boa Vista foi submetida ao isolamento. Assim, este cidadão português foi privado de voltar para a sua casa alugada, na cidade do Mindelo.
Passado o período de isolamento inicial da Boa Vista, no sábado passado (4), António Vila diz-se preocupado com a ideia de não poder regressar tão cedo a sua residência em Mindelo.
“Uma família do norte da ilha me abrigou durante estes dias no entanto como é de conhecimento geral, as condições sanitárias, higiene e mentalidade da vida do campo, não são as melhores para tomar as devidas precauções para evitar a transmissão, assim preocupo-me com a evolução do vírus”, disse, em declarações ao A NAÇÃO.
Na impossibilidade de continuar em tais condições, António Vila, viu-se sou forçado a ir morar num quarto de uma pensão em Sal- rei, para garantir o seu isolamento e tomar as devidas medidas de higiene para evitar um eventual contágio com o vírus. Os custos dessa decisão já pesam e tendem a piorar, com o aparecimento do caso positivo em São Vicente, na última sexta-feira.
“Com esta situação e o aparecimento do primeiro caso positivo em São Vicente é completamente impossível prever o levantamento do estado de emergência e dos custos deste alojamento forçado”, acrescenta.
Assim, é neste sentido que tem estado a solicitar uma intervenção das autoridades competentes, a seu favor, no sentido de poder ser evacuado para São Vicente, onde vive sozinho.
“Já enviei email à Embaixada de Portugal em Cabo Verde, pedi ajuda à Delegacia de Saúde de São Vicente e dizem que não podem fazer nada. A Embaixada pediu a minha identificação, localização e contacto telefónico para verem o que farão. Procuro apoio social do INPS, da Câmara Municipal de Boavista ou intervenção do governo e demais autoridades competentes para poder ser evacuado para minha casa em Mindelo”.
Além de António Vila, várias outras pessoas encontram-se nesta situação. Há cerca de duas semanas, três elementos da Direcção Nacional do PP, relataram à comunicação social o mesmo drama.