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Sociedade

Morreu Vieira Lopes, advogado e crítico do partido único em Cabo Verde

O advogado e poeta Felisberto Vieira Lopes faleceu na tarde desta sexta-feira, na cidade da Praia, vitima de doença. Tinha 83 anos e era o decano dos advogados cabo-verdianos.

Vieira Lopes, conhecido também pelo seu pseudónimo poético Kaorberdiano Dambará, ou simplesmente Dambará, morreu no fim da tarde desta sexta-feira, no hospital da Praia.

De acordo com uma fonte que lhe era próxima, o extinto teve uma indisposição na quinta-feira; conduzido ao hospital, foi assistido; no dia seguinte, voltou a sentir-se mal, no que foi de novo conduzido ao hospital onde acabou por falecer.

Natural de Santa Catarina, Vieira Lopes nasceu em 1937. Como advogado, juntamente com o seu colega Arlindo Vicente Silva, durante o período colonial, defendeu vários presos políticos cabo- verdianos e angolanos.

Com a independência de Cabo Verde, cedo se demarcou do PAIGC. Dele é, aliás, a primeira crítica pública à Lei do Ordenamento Político do Estado (LOPE), onde punha em causa a legitimidade do regime de partido único do PAIGC e depois PAICV.

Vieira Lopes acabaria por exilar-se em Portugal, regressando a Cabo Verde após a adopção da democracia em 1991. Neste período esteve envolvido na criação da Ordem dos Advogados de Cabo Verde (OACV), acabando igualmente por entrar em choque com alguns elementos desse organismo. O “mau” funcionamento da justiça foi também motivo de vários posicionamentos críticos deste cidadão.

Vieira Lopes vinha nos últimos anos protagonizando uma luta firme contra a firma Fernando Sousa, principalmente, no alegado caso de terrenos no concelho da Cidade da Praia. Escreveu vários artigos na imprensa, alguns dos quais compilou em formato de brochura.

Como poeta, e usando o pseudónimo de Kaoberdiano Bambará, publicou, em 1964, o seu único livro, “Noti”, todo em crioulo de Santiago, reivindicando nele a “africanidade cabo-verdiana”.

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