As pessoas que deixaram a ilha da Boa Vista, antes ou depois de decretada a quarentena da ilha, estão a ser identificadas e seguidas pelas autoridades sanitárias, nas respectivas ilhas, garantiu esta manhã o director nacional da saúde.
Artur Correia explica que a identificação tem acontecido através da linha verde, do acesso às listas de passageiros das transportadoras, mas também por denúncias da própria população.
Neste sentido, este responsável diz que a população não deve ficar alarmada e nem tratar pessoas provenientes da Boa Vista como fugitivos ou criminosos.
“O objectivo fundamental é que se cumpra as medidas anunciadas pelo Governo bem como as medidas de seguimento para detecção precoce de eventuais casos suspeitos”, explica.
Artur Correia enaltece uma “cidadania responsável” da população, que tem respeitado as medidas impostas pelo Governo, nomeadamente na frequência de espaços com aglomeração de pessoas. Os restaurantes, diz, também estão a cumprir “muito bem” as medidas, o que considera muito positivo.
“Estamos a melhorar e densificar a nossa capacidade de resiliência. Salientamos o empenhamento e parceria muito forte entre a Polícia Nacional e as Forças Armadas, tanto na identificação de pessoas que estão a chegar da Boa Vista para as outras ilhas, como de pessoas que não estejam a cumprir a quarentena”.
O mesmo avançou ainda que já está a ser implementado que a partir de sábado passado, 28, todas as pessoas que regressaram e regressem ao país do estrangeiro, nacionais ou não, farão uma quarentena obrigatória, num dos hotéis das ilhas de acolhimento.
Artur Correia chama a tenção para dados sobre o coronavírus que devem tranquilizar a população e evitar situações de pânico. Por exemplo, que 80% dos casos de coronavírus são casos com sintomas ligeiros, somente 20% podem necessitar de cuidados médicos e, destes, apenas 5% vão precisar de cuidados intensivos.
Na Itália, país actualmente com maior taxa de mortalidade por coronavírus, cerca de 70% das mortes tem uma idade média de 79 anos. A grande maioria das pessoas que morrem tem mais de 70 anos e são pessoas com outras debilidades e com alguma fragilidade imunológica.
“É um problema sério mas não é um bicho de sete cabeças. Quando se pede para ficar em casa é para diminuir o risco de se fazer o vírus circular”, conclui.
Cabo Verde registou até agora 3 casos positivos de coronavírus, 3 turistas, dois ingleses e uma holandesa, na ilha da Boa Vista. Ilha essa que também está toda ela isolada, de quarentena.
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