A crise global das mudanças climáticas está a alterar o ciclo da água, o que aumenta a sua indisponibilidade, afecta a qualidade e agrava a escassez, colocando em causa o desenvolvimento sustentável.
Este ano, no Dia Mundial da Água, celebrado a 22 de Março, o apelo da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) incide-se na gestão aprimorada da água na agricultura, actividade responsável por cerca de 70% de toda a retirada de água.
Racionar de melhor forma a água utilizada na agricultura é vista como uma componente essencial de estratégias bem sucedidas de mitigação e adaptação climática para se alcançar a segurança alimentar local e global.
Inspiram maior cuidados as regiões onde a produção básica de alimentos e a fome são preocupações significativas, considera a FAO.
É neste sentido que este ano foi escolhido o lema “ Água e mudanças climáticas”, para fomentar uma discussão sobre como o nosso uso de água poderá ajudar a reduzir inundações, secas, escassez e poluição e ajudará a combater as mudanças climáticas em si.
A campanha também apresenta ações pela água que qualquer pessoa, em qualquer lugar, poderá adoptar para enfrentar as mudanças climáticas.
De acordo com o Secretário Geral das Nações Unidas, António Guterres, os recursos hídricos mundiais enfrentam uma diminuição sem precedentes, pelo que todos tem um papel a desempenhar para garantir a sustentabilidade da água no mundo.
Segundo dados avançados pela FAO, actualmente 2.200 milhões de pessoas não tem acesso à água potável e 4.200 milhões vivem sem saneamento adequado.
Se prevê ainda que os efeitos das mudanças climáticas incrementam esses números, “a menos que actuemos com urgência”.
Para o ano 2050, entre 3.500 a 4.200 milhões de pessoas terão acesso limitado a água, dos quais um milhão viverão em cidades.
