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BCE: Presidente avisa que sem resposta coordenada vem aí uma crise como a de 2008

Se não houver uma resposta coordenada da Política Monetária e Orçamental, a União Europeia (UE) corre o risco de “um cenário que recordará a muito de nós a grande Crise Financeira de 2008”, avisou Christine Lagarde, a presidente do Banco Central Europeu (BCE), na intervenção durante a video-conferência de líderes europeus, realizada na terça-feira, 10, segundo a Bloomberg.

Lagarde preside, esta quinta-feira à Reunião de Política Monetária do BCE, a primeira depois do disparo da Epidemia do novo Coronavírus (o COVID-19), num contexto de queda da inflacção na Zona Euro, em Fevereiro, e colapso das bolsas europeias, que já acumulam uma derrocada de 20 por cento (%), desde o início de 2020.

Na intervenção de terça-feira, Lagarde sustentou que o BCE está a estudar todas as ferramentas de que dispõe para a decisão que vier a tomar, nesta quinta-feira, mas avisou que sem uma actuação dos governos, os estímulos do BCE serão insuficientes – segundo a fonte da Bloomberg.

Os líderes europeus decidiram, na terça-feira, avançar com um pacote de estímulos de 25 mil milhões de euros, que soma à intervenções orçamentais já decididas pelos governos da Alemanha, Itália e Irlanda. Ao todo são apenas 60 mil milhões de euros, perto de 0,4% do PIB (Produto Interno Bruto) da UE.

Face à projecção global do Coronavírus chinês e ao seu impacto nas economias e nos mercados financeiros, 14 bancos centrais – os últimos dos quais, da Islândia e do Reino Unido -, procederam, na quarta-feira, 11, a cortes das taxas, com destaque para a Reserva Federal norte-americana, que realizou  um corte de emergência de 50 pontos-base. Esta quarta-feira, foi a vez do Banco de Inglaterra fazer o mesmo e descer a taxa directora para o mínimo histórico de 0,25%, que vigorou entre Agosto de 2016 e Outubro de 2017, em resposta ao triunfo do “Brexit”, no Referendo de Junho d 2016.

Enquanto isso, a chanceler alemã, Angela Merkel, declarou que, segundo as estimativas de especialistas, até 70% da população alemã pode ser infectada pelo COVID-19, insistindo na necessidade de medidas para retardar a sua propagação e para revitalizar a Economia daquele País europeu.

Vale relembrar que a Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou, na tarde de quarta-feira, 11, que o Surto do novo Coronavírus (o COVID-19) atingiu o nível de Pandemia.

Em conferência de Imprensa, o director-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, indicou, todavia, que esta medida está relacionada com a expectativa de que, nos próximos tempos, o número de infectados e de mortos pelo novo Coronavírus continue a aumentar.

Entretanto, Adhanom Ghebreyesus alertou que esta caracterização “não muda nada aquilo que a OMS está a fazer e as medidas que devem ser implementadas pelos países”.

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