O Comandante do navio pesqueiro “Perpétuo Socorro de Abaete II”, de bandeira brasileira, apreendido pelas autoridades cabo-verdianas, em Agosto de 2019, com cerca de duas toneladas de cocaína, revela que o produto tinha como destino a Guiné-Bissau.
Luís Gregório fez essa revelação durante a sessão de audição e julgamento que teve início, na segunda-feira, 9, no Tribunal da Comarca da Praia. O comandante disse ainda que não sabia que o navio tinha droga, mas sim alimentos e 30 toneladas de óleo diesel.
Gregório confessou ainda que ele e mais quatro brasileiros foram contratados por um armador de nome Raimundo, no porto de Belém, no Estado do Pará para levar o barco até à Guiné Bissau.
Por seu turno, o comandante adjunto Daniel da Silva confirmou a versão de Gregório, reiterando, no entanto, que, segundo os mapas da viagem, o destino era a “Guiné”, ficando depois na dúvida entre a Guiné-Bissau e a Guiné Conacri.
Importa referir que a Polícia Judiciária e a Guarda Costeira de Cabo Verde detiveram no dia 1 de Agosto de 2019, a embarcação “Perpétuo Socorro de Abaete II”, a cerca de 200 milhas da Guiné-Bissau, em águas internacionais.
Conforme o advogado da defesa, José Enrique, a detenção aconteceu a 400 milhas náuticas de Cabo Verde. Por isso, a defesa dos arguidos acusou as autoridades cabo-verdianas os deter em águas internacionais, fora da competência das autoridades cabo-verdianas. Por isso pediu a nulidade do processo.
Porém, o Tribunal confirmou que a operação teve autorização do Brasil e respeitou a convenção das Nações Unidas sobre o tráfico de droga.
O julgamento continua nesta terça-feira 10, com a audição dos demais três membros da tripulação arrolados no processo.
Os arguidos estão a aguardar o julgamento do processo desde Agosto de 2019 em regime de Prisão Preventiva.
C/ Voz da América