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Cultura

Fogo: Ministro da Cultura insatisfeito com andamento das obras da requalificação da Praça João Paes

A requalificação da praça, enquadrada no eixo IV “Reabilitação do Património Histórico, Cultural e Religioso” do Programa de Requalificação, Reabilitação e Acessibilidades (PRRA), foi adjudicada a 25 de Outubro de 2019 à empresa vencedora do concurso e devia ficar concluída este mês, mas há atrasos significativos.

Ao visitar as obras, o ministro da Cultura e das Indústrias Criativas, Abraão Vicente, acompanhado de uma equipa do Instituto do Património Cultural (IPC) e do presidente da câmara de São Filipe, reconheceu que há um “atraso evidente” com o procedimento das obras, nomeadamente no cumprimento do caderno de encargos e com assunção de responsabilidade por parte de todos, não só da empresa que ganhou o concurso, mas da fiscalização e das instituições do Estado.

“O foco não é sacar uma responsabilidade agora, mas queremos que a obra esteja pronta no dia 01 de Maio”, disse o governante, indicando que a empresa apontou mais quatro meses para a conclusão da requalificação da praça, mas que o ministério exige a sua conclusão o mais breve possível.

“Não estou satisfeito com o andar das obras e, na quarta-feira, tenho um encontro com a fiscalização para analisar a situação e definir um novo prazo, porque as condições logísticas e financeiras estão criadas”, afiançou Abraão Vicente, que aponta como data limite para a conclusão o dia primeiro de Maio, que coincide com as festas do Dia do Município e da bandeira de São Filipe.

A reabilitação da praça, recorda-se, é do ponto de vista histórico e cultural, passando assim pela demolição do piso em betonilha e a sua substituição em calçada basáltica com desenhos artísticos, cobertura dos coretos, retirada da vedação metálica, visando repor os seus traços originais, desde o piso, coreto e a toda a sua configuração, com calceta artística de modo a combinar com edifício da Câmara Municipal e zona envolvente.

Durante a estada na ilha do Fogo, Abraão Vicente visitou a capela, hoje santuário, de Nossa Senhora do Socorro, construída pelo Padre Amaro Monteiro Pereira Rebelo nos meados do século XVIII e sempre foi uma capela particular à semelhança de outras que existem em várias localidades da ilha.

A visita, segundo o mesmo, enquadra-se no âmbito do projecto de reabilitação do património religioso que o Ministério da Cultura tem em curso, e Abraão Vicente indicou que o departamento governamental que dirige está aberto em ajudar na requalificação dos patrimónios religiosos.

Por isso, prometeu analisar o projecto que lhe foi entregue para ver o que se pode fazer no futuro, para esta capela/santuário muito frequentada pelos fiéis católicos da ilha.

Dados históricos apontam pela ocorrência de vários incêndios na capela devido as velas deixadas acesas. O último ocorreu no tempo de José Joaquim Barbosa Vicente, nos finais de 1800, tendo a capela sido restaurada no princípio de 1900.

A construção da capela de Nossa Senhora do Socorro envolve algumas lendas e, por exemplo, conta-se que um pastor teria encontrado a estatueta da santa numa escavação da rocha de António de Pina, perto do local onde foi erguida a capela, e a teria levado para a então vila de São Filipe (actual cidade).

O pároco teria colocado a estatueta no altar, mas no dia seguinte, quando o pastor foi à igreja, encontrou a estatueta atrás da porta, tendo-a colocada de novo no altar, mas três dias depois a imagem da Santa voltou ao local inicial e, conforme a lenda, a santa teria conversado com o pastor.

Na data da construção da capela, reza a história, não havia material de construção civil (madeira) na ilha, mas foram encontradas, numa pequena praia, próxima do local onde se veio a erguer a capela, pranchas de madeiras que foram usadas na sua construção, facto que as pessoas consideraram na altura como milagre da Nossa Senhora do Socorro.

Para algumas pessoas, a madeira provinha de um barco que teria naufragado nas proximidades e a estatueta deveria pertencer a um dos passageiros, já que a Nossa Senhora é padroeira dos viajantes e náufragos.

Até hoje permanece a superstição de que se algum membro da família quisesse construir uma casa perto da capela acabaria por morrer antes da sua conclusão, e, por coincidência ou não, um elemento da família que quis construir uma casa nas proximidades da capela para criar melhores comodidades para os que preparavam banquete para o dia 05 de Agosto, morreu antes da sua conclusão.

Fonte: Inforpress

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