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Cultura

Filme “Kmedeus”: um retrato da loucura “saudável” de Mindelo

O filme “Kmedeus”, do realizador cabo-verdiano, Nuno Miranda e produzido pela Kriolscope, teve a sua estreia nacional esta quinta-feira, 27, em Mindelo e trouxe um retrato inspirado numa figura conhecida da ilha, que foi o Kmedeus, mas sobretudo no próprio espírito da cidade.
Segundo o realizador, Nuno Mirando, o filme teve o seu início há mais ou menos dois anos, quendo conheceu António Tavares, com quem conversou, entre outras coisas, da figura do Kmedeus e do próprio espírito da cidade do Mindelo.
Trata-se, para o realizador, de uma viagem sobre o espírito da cidade, que se assenta em três pilares: cinema, música e carnaval.
“Ao longo do processo algumas pessoas nos questionaram se não era um pouco controverso expor a loucura desta forma. Tomamos sempre o cuidado de explicar que esta é a realidade de Mindelo e que estas pessoas fazem parte do nosso dia a dia. E a partir do momento que estamos a fazer o documentário temos essa responsabilidade de transmitir a realidade o mais nua e crua possível” explica Nuno Miranda.
Relativamente a pré-disposição criativa do mindelense, Nuno considera que o cinema teve um papel “extremamente importante”. “São décadas e décadas incutidas no cérebro do povo, que de alguma forma precisam colocar para fora. Seja através do cinema, do carnaval ou da música. É algo natural do povo de São Vicente.”
Para o criador e autor, António Tavares, Kmedeus sintetiza o seu trabalho de mais de 40 anos, de investigação intensiva sobre São Vicente e Cabo Verde, de forma geral.
“No Kmedeus encontrei uma palavra fundamental para falar sobre o sincretismo cultural e religioso e, a partir dai, encontrar elementos típicos de São Vicente. Kmedeus, no fundo, é aquilo que Mindelo produz e a sua capacidade de criar” enaltece.
O filme é uma produção 100% cabo-verdiana, que, segundo o produtor, Pedro Soule, “vem mostrar todo o potencial que esta terra tem, não só a nível de paisagens lindíssimas, mas também das várias historias, desde Santo Antão à Brava e das pessoas incríveis que habitam as ilhas”.

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