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Venezuela: Dolarização da Economia deixa de ser tabú  

“A moeda do Império”, de acordo com a retórica bolivariana, deixou de ser uma palavra ruim. Com a conivência do Regime de Nicolás Maduro, a Economia venezuelana foi dolarizada. Essa é uma das medidas de flexibilização que permitem vislumbrar sinais de recuperação. Mas qual é o verdadeiro impacto desse fenómeno?
O próprio Nicolás Maduro reconheceu, em Dezembro de 2019, que o Dólar havia se tornado uma válvula de escape para a Crise Económica histórica que atravessa o seu País. Vale lembrar que, de acordo com o FMIm(Fundo Monetário Internacional), a Economia venezuelana retraiu 35 por cento (%), em 2019, e a inflacção ficou em torno de 200.000%.
Actualmente, num País de prateleiras vazias, os produtos são oferecidos nas redes sociais e em lojas improvisadas, que vendem tudo em dólares. Os itens são acessíveis a quem ganha em divisas ou recebe remessas dos 4,5 milhões de venezuelanos que foram para o exílio. Isso é um alívio para alguns e, na ausência de estatísticas oficiais confiáveis, uma melhoria parcial na vida económica é registada por meio da dolarização, tolerada pelo Regime de Maduro.
“A dolarização é generalizada, é em áreas populares. Mais da metade das transações que são feitas na Venezuela já são feitas em dólares ”, diz Henkel García, director da Consultoria Econométrica.
Para García, a crescente circulação do Dólar na Venezuela é apenas um dos factores que explicam a existência de sinais de recuperação na economia venezuelana.
Sem uma solução política à vista, sem financiamento internacional e com a falta de dólares para a situação do petróleo, é difícil saber se essa Venezuela pode estar levantando a cabeça ou se trata-se apenas de estratégias provisórias de sobrevivência.
 
Com: RFI

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