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Cultura

Praia: Avenida “Cidade Lisboa” lotada para ver desfile de Carnaval que só terminou às zero horas

Num dia marcado pela bruma seca, a azáfama na Avenida “Cidade Lisboa” começou com a habitual Feira de Cinzas, afinal, na quarta-feira a seguir ao Carnaval celebra-se o primeiro Dia da Quaresma –ou seja: os 40 dias que antecedem a Páscoa, que, segundo os cristãos, é o Dia da Ressurreição de Jesus Cristo, data que marca o triunfo da Viida sobre a Morte.
Por volta das 16H00, já centenas de praienses se encontravam no recinto, alguns de pé outros sentados nas bancadas, para assistir aos desfiles, que foram transmitidos pela Televisão Nacional – a TCV -, tanto no caso do Carnaval da Praia, como no de Mindelo (na Ilha de São Vicente).
Os primeiros a entrar na Avenida foram os grupos de animação: de Idosos da CMP, Marcha dos Amigos da Nené, que veio dos Açores para participar em mais uma Edição do Carnaval em Cabo Verde, e, ainda, os “Mandingas Ariah de Norte”.
Já por volta das 17H30 deu-se o pontapé de saída dos desfiles oficiais que, este ano, contaram com seis grupos, perante a desistência do “Estrelas da Marinha”.
No total, cada grupo tinha direito a 50 minutos para fazer o percurso desde a Rotunda do Mercado do Sucupira até à Rotunda do Estádio da Várzea e, pelo caminho, tinha de convencer o Júri, que estava sentado em dois pontos da Avenida, de que merecia vencer esta Edição do Carnaval.
O primeiro a entrar no Sambódromo foi o “Vindos do Mar”, Grupo da Achada Grande Frente, e que teve como enredo: “Homenagem às Embaixadas”. O Colectivo que desfilou ao som de “Nós Terrinha Cabo Verde”, contou com sete alas, cada uma a representar os países com embaixadas no País, um carro alegórico com o Rei e a Rainha e cerca de 250 foliões.
Por volta das 18H20, entrou na Avenida, a “Troupe “Deusa do Amor”, que deveria entrar em terceiro lugar, mas devido ao atraso do “Sambajó” (que acabou por entrar em último), desfilou em segundo.
O Colectivo da Achada de  Santo António e um dos grupos mais antigos da Capital, desfilou com um tema musical numa homenagem à Morna. Com um número reduzido de figurantes, ”Deusa do Amor” apresentou um carro alegórico que homenageou Cesária Évora, bem como outros artistas cabo-verdianos.
Depois da passagem desta Colectividade, seguiu-se um atraso de uma hora e meia, que, mais tarde, explicou ao SAPO, o diretor da Cultura da CMP, Ivan Santos, deveu-se a um atraso do “Sambajó”, que, “por motivos de força maior”, teve de sair em ultimo. Entretanto, os grupos seguintes, que, pelo Regulamento, deveriam sair de seguida, também estavam atrasados, levando a um atraso em cadeia.
O público que, entretanto, aumentou de forma considerável começava a ficar impaciente, mas lá se foi entretendo ao som do Samba brasileiro, que tocava no sistema de som na Avenida “Cidade Lisboa” e, depois, ao ritmo dos “Livity”, numa homenagem ao recém-falecido cantor Jorge Neto.
Já passava das 20H00 quando o “Bloco Afro Abel Djassi” avançou pela Avenida, com o enredo “Herança Africana na História de Cabo Verde”.
Com várias alas e significativamente mais figurantes do que o Grupo anterior, o Colectivo liderado por Gamal Mascarenhas trouxe para a Avenida três alegorias, algumas semelhantes às do ano anterior, e trajes feitos com corda de sisal /”carapati”), com técnica de macramé, nomeadamente, das figuras de destaques, que marcaram pela diferença.
Uma hora depois, entrou literalmente em cena, com o tema: “Uma viagem ao Cinema num Sonho Infinito”, o “Maravilhas do Infinito”. O presidente Anilton “Anita” Borges, já tinha dito que, este ano, o Grupo iria apostar, em grande, no Carnaval, e, assim foi. Com dois carros alegóricos, um com a Rainha e outro com o Rei, bem como com várias figuras de destaque e muitas alas, ao longo das quais o Grupo retratou a História do Cinema, o “Maravilhas do Infinito” arrancou vários aplausos do público.
Uma das figuras de destaque no carro alegórico acabou por cair, mas sem gravidade.
Já eram 22H00 quando o “Vindos d’África”, penta-Campeão do Carnaval da Capital, entrou preparado para o desfile nocturne, com várias luzes nas indumentárias.
Com o enredo “Criação e Caos”, numa alusão ao “Génesis e Apocalipse”, o Colectivo do Bairro “Craveiro Lopes” apresentou-se com centenas de foliões, um carro alegórico e várias figuras de destaque.
O Grupo também se destacou pela bateria e pela respectiva Rainha, que inter-agiu com o público e o Púri.
Por último, quando já eram 23H00 e os menos resistentes já começavam a abandonar o Recinto, “Sambajó” entrou no Sambódromo para fechar a noite, ao som de “Mãe África”, de Constantino Cardoso.
O Grupo do Palmarejo prestou homenagem ao continente africano, com oito alas, duas alegorias e várias figuras de destaque. O “Sambajó” também se destacou pela Rainha de Bateria.
Infelizmente, teve um percalço com o carro alegórico do Rei, que teve de descer do mesmo, sob os aplausos do público.
 
Com: Sapo

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