O Carnaval na Ribeira Brava entrou ontem à noite no seu segundo dia de desfiles oficiais. Uma noite em que nem o frio que se fazia sentir na terra de “Chiquinho” conseguiu afastar o público que começou a se concentrar no Terreiro por volta das 21h, para assistir àquele que é considerado um dos mais belos e genuínos carnavais de Cabo Verde.
A espera foi longa, mais uma vez, mas, mesmo assim, bem menor que a da primeira noite. “Vale a pena”, disseram ao A NAÇÃO vários ribeirabravenses, que desceram à “vila” de outras localidades para “brincar ao Carnaval”.
Desta vez o primeiro grupo a entrar no Terreiro foi o Estrela Azul, curiosamente à mesma hora em que o sino da igreja tocava as onze badaladas e pelo céu irrompiam foguetes comprados pelos grupos oficiais para dar mais cor ao Carnaval. Entrar no sambódromo é sempre o mais difícil, dada a afluência de público e a falta de separação entre aquilo que é espaço para as pessoas assistirem os desfiles, e aquele que é espaço para os grupos desfilarem.
Mas a tradição é assim e os grupos já estão habituados. Dizem que o Carnaval da Ribeira Brava é “original” por isso mesmo. Depois da “Estrela Azul” foi a vez do Copacabana entrar no Terreiro, também muito aplaudido.
A beleza em termos de luz e cor, de se ver quatro andores gigantes estacionados no mesmo espaço, mais dois trios eléctricos,é, de facto, deslumbrante. Foliões e figurantes se misturam para dançar e aplaudir os grupos. Por fim, faltavam dois minutos para a meia noite quando o Brilho da Zona, grupo vindo do Caleijão e que já se encontrava preparado para entrar a algum tempo numa das ruas que dá acesso ao Terreiro, conseguiu desfilar, desta vez de dia, e mostrar também os efeitos luminosos dos seus dois andores.
Os desfiles no Terreiro terminaram pouco depois da 1 hora da madrugada, mas o barulho ensurdecedor de música vindo de uma outra festa, em plena “vila”, durou até às 7h11 já com muita a gente a se levantar para ir para o trabalho.
Hoje há descanso dos grupos oficiais, e é a vez de vários grupos de animação, mostrarem a sua criatividade e animarem o Carnaval. A crítica social e política, sondou o A NAÇÃO, irá marcar o desfile logo à noite no Terreiro.
GC
