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Política

Fogo: Câmara marginaliza mundo rural e discrimina de modo injustificado as famílias mais carenciadas – Vereador PAICV

A Câmara Municipal de São Filipe “marginaliza o mundo rural” e “discrimina de forma injustificada” nos apoios humanitários concedidos as famílias mais carenciadas, considerou o vereador sem pasta do PAICV, Eugénio Veiga, numa entrevista à Inforpress.
Segundo o mesmo, há uma marginalização do mundo rural e não há uma intervenção digna de realce durante os quase quatro anos, com excepção do arrelvamento do campo de São Lourenço, classificado pelo autarca como sendo “um projecto mais pobre jamais visto”.
Isto porque, justiçou, em menos de dois anos, por causa de três crateras, registou-se já intervenções e há risco deste espaço ficar sem relva e impróprio para a prática desportiva, tendo em conta que o piso não permite a colocação de nova relva de qualidade.
Com relação àquilo que chamou de “discriminação injustificada com os apoios às famílias mais carenciadas”, o vereador indicou que as poucas casas na cidade foram feitas com chaves na mão, mas no interior tem estado a enviar materiais para as famílias mais carenciadas que têm muito mais dificuldades em relação às que vivem na área urbana. Acrescentou que que grande parte das pessoas, por causa da miséria e, muitas vezes, da fome, está a vender o material disponibilizado.
O vereador sem pasta do Partido Africano da Independência de Cabo Verde classificou esta prática de discriminação “injustificada e incompreensível”, sublinhando que a instituição camarária “parece padecer da síndrome do passado”.
Analisando a situação da ilha, Eugénio Veiga indicou que a mesma, politicamente, passou a estar órfã e sem vozes que clama por ela, observando que, do aeroporto internacional permitindo a igualdade de oportunidade, sobretudo no domínio turístico, não existe qualquer pronunciamento e que a sua iluminação está em estudo há já quatro anos.
A extensão do porto de Vale dos Cavaleiros para melhorar a coesão territorial não consta de nenhum instrumento de desenvolvimento e a possível extensão da rede de asfaltagem está condicionada ao pagamento de avultadas dívidas, sublinhando que nesta lógica nenhum outro projecto em qualquer outro espaço do território nacional teria lugar porque, adiantou, o volume das dívidas tem estado a aumentar.
“Não há qualquer visão nem acção para valorização das potencialidades desta ilha. Nestes quatro anos de governação, os dois níveis de poderes, apenas três acções emergências aconteceram na ilha, nomeadamente a desobstrução do acesso São Jorge/Campanas, da estrada de Sumbango (Mosteiros) e a construção da estrada rural de Chã das Caldeiras, são dignas de realce, não obstante as “insuficiências graves” e perigos permanentes em todas elas”, disse o vereador, observando que “a carência alastra de forma assustadora no mundo rural, e que a ilha parou no tempo”.
Inforpress

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