A disputa para as eleições autárquicas em São Vicente continua em aberto, mas já se sabe que o presidente da Comissão Política do PAICV na ilha, até aqui candidato óbvio à Câmara Municipal, afinal, não entra na corrida. Alcides Graça confirmou a sua retirada da disputa, deixando, por enquanto, o caminho aberto para um eventual duelo entre Augusto Neves (MpD) e António Monteiro (UCID).
A menos de um ano para as eleições autárquicas, em São Vicente, da parte do PAICV, uma das cartas óbvias – Alcides Graça – acaba de pedir para sair do baralho.
Líder local desse partido contra a vontade da presidente Janira Hopffer Almada, Graça anunciou, através da Inforpress, esta semana, que não é candidato à Câmara Municipal de São Vicente, por ser sua convicção que pode ser “mais útil” a São Vicente e ao seu partido “em outros palcos”. Um desses “palcos”, ao que consta, poderá ser a Assembleia Nacional.
A prioridade agora, entre os tambarinas, é encontrar “um bom candidato”, capaz de fazer frente a Augusto Neves (MpD) e António Monteiro (UCID). Há quem fale em Manuel Inocêncio Sousa, João do Carmo, ou ainda Alexandre “Xazé” Novais.
A militante e dirigente Ana Paula Polibel Rodrigues diz-se confiante de que o PAICV irá apresentar um candidato forte, “que esteja à altura do presidente que a ilha precisa” e acima de tudo alguém capaz de mobilizar os eleitores.
“Os órgãos, dos quais faço parte, decidirão tendo em conta o perfil do presidente que a ilha precisa e os desafios que ela apresenta. Confiança acima de tudo”, assegura.
UCID analisa disponibilidades…
Do lado da UCID, actualmente a segunda força autárquica na ilha, o suspense mantém-se, depois de ter prometido que irá apresentar um candidato até Outubro.
António Monteiro, que há muito persegue o cadeirão da Pracinha d’Igreja, diz que se essa for a decisão do partido, não hesitará em assumi-la, uma vez mais.
“Estarei sempre disponível para o meu partido e para ajudar a melhorar a vida das pessoas”, diz.
Até agora, avança o líder da UCID, o partido está a analisar as disponibilidades existentes e definir, internamente, quem será o melhor candidato. O partido mantém, entretanto, a convicção de que está preparado para vencer, pelo menos, o actual presidente na disputa pela Autarquia. “Vamos avançar e avançar para ganhar”, afirma Monteiro.
MpD confiante
Não menos confiante se mostra o MpD, que vai voltar a concorrer com Augusto Neves, para mais um mandato, tendo como aliado de peso o “governo amigo”, na cidade da Praia.
Neves tem-se desdobrado em acções, sabendo que lhe restam poucos meses para mostrar obra e com isso renovar a confiança dos mindelenses.
Entretanto, numa ilha onde o descontentamento é permanente, há quem fale ou admita a possibilidade de surgir alguma candidatura independente, saída da “sociedade civil”. Neste caso gente que veste a camisola dos Sokols, e que tem a regionalização e a autonomia como bandeiras na luta contra o centralismo da Capital.
NA*
*Com Redacção
(Publicado no A NAÇÃO impresso, nº 650, de 13 de Fevereiro de 2020)
