Por: Silas Leite
Decerto tantos quanto eu, manifestaram-se já em tom jubilante: “sou da segunda geração ainda nas contas do “Haver” na ERA Pós-Cristo, transitado do SEGUNDO para o TERCEIRO MILÉNIO. Logo, tambérm sou milenar, porquanto trazido à vida antes do ano 2000.
Se é um fato de todo natural e evidente o desaparecimento físico de todos os Seres Humanos já acima dos 25 até o final do presente século – o de 2000 a 2100 – redobradas razões temos nós, privilegiadíssimos segundos-milenares Pós-Cristo, para CELEBRARMOS.
A propósito do Ano 2000, ocorre-me recordar o medo explícito em como “o Mundo vai acabar à entrada do Novo Milénio…”. Muitos levaram tão à sério o fim do Planeta, ao ponto de haver gente a abandonar os seus afazeres profissionais para irem morrer junto do aconchego familiar. Cruz, credo!
Ufa! Felizmente, por cá ainda continua a existir segundos- milenares pós Cristo e com largas e ricas histórias para contar. Gente há, aqui neste pedacinho de terra crioula, que ainda pode narrar ao vivo e a cores, fatos históricos como os que se relacionam com a segunda Guerra Mundial até ao ano de 1946 ou com a Fome até ao ano de 1950. Outras há mais adiante que ainda apanharam o comboio dos indeléveis marcos políticos, tais as vivências em regime da administração colonial durante aproximadamente cinco séculos, depois em sistema monopartidário com os adventos da Independência a partir de 5 de Julho de 1975 e mais tarde, em regime pluripartidário a partir de 13 de Janeiro de 1991. Gaba-se aqui o articulista de ter tido também o privilégio em ser parte integrante destes últimos fatos e acrescentar até um outro dado memorável: pela primeira vez, teve contacto direto com aparelho-televisor, corria o ano de 1974 e em vésperas de completar 13 anitos.. Isso, devido à final do Campeonato do Mundo de Futebol entre a Alemanha e Holanda. Ele e outros colegas da zona onde residiam galgaram terreno até o Monte-Verde, onde, segundo informação, estava o TV. Volvidos 4 horas de caminhada, o jogo não vimos porque já havia terminado com a vitória dos alemães por 2-1, mas, sobrou-lhes o menos mau de se apresentar à sua frente, o televisor (uma coisinha de uns 25×20 centímetros em comprimento e altura, a preto-e-branco e mais ”areiada” do que a nitidez das imagens) jamais visto em outro sítio algum. E para “compensar” a longa demora de chegada ao doce-lar, teve ainda “direito” a uma sova de mão materna. Era assim naquele tempo. Prevaricou, levou.
Como se percebe, está-se aqui a narrar apenas fatos que uns tantos segundo-milenares ainda em vida física carregam na sua bagagem de vastas e riquíssimas experiências trazidas do Segundo para o Terceiro Milénio. Isso sem falar das profundas transformações provocadas pela invenção de aparelhos atinentes às Novas Tecnologias que pelo bem e pelo mal, vieram contribuir por meros toques digitais na aproximação dos Povos deste nosso Planeta Terra.
E, para não ser muito maçador, fico por cá, sem antes propor aos colegas segundo-milenares e aos primeiros “rebentos” do Terceiro Milénio, um brinde de CELEBRAÇÂO com amor-próprio e ao Próximo e na Paz, na Harmonia, na Tranquilidade e no Respeito por cada Ser Humano, o único dotado de Raciocínio e Inteligência, atributos da Mãe Natura, para um Mundo cada vez Melhor às Gerações Sucessoras.
Tchim-Tchim!
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