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Cultura

Bombu Mininu – um espaço de diálogo e (re)encontro familiar em São Vicente

Bombu Mininu é um projecto que se assume também como um espaço, que nasceu há um ano, fruto do desejo e do sentimento de “missão” de um casal de cabo-verdianos, Miriam e António Tavares, que compartilha a experiência familiar com outras famílias e promove encontros de afetos e compreensão entre pais e filhos.
Para além do amor que nutre a sua família, Miriam e António Tavares
sentem que a sua missão é para com Cabo Verde.
“Quando chegamos em São Vicente foi clara a necessidade que as pessoas têm em encontrar um espaço onde podem ser elas próprias e regozijar à vontade” conta Miriam
Simas.
Daí a criação deste espaço de criatividade, de pensamento e de partilha, que, como explicam, oferece uma escapatória ao mundo digital “apressado”, de escuta e compreensão. Um recanto para refletir a cultura em família.
E é neste mesmo sentido que dentro do projecto nasce a Oficina de Artes Plásticas para Pais e Filhos, agendada para este final de semana, 8 e 9.
A oficina parte de uma residência artística em andamento com as artistas plásticas portuguesas Tereza e Mariana Horgan e com a colaboração de uma psicóloga
educacional.
Será contada uma história às crianças que, depois de interpretada, vai ser
transportada para o papel.
“Neste momento sentimos que Cabo Verde precisa desta energia e de
uma outra visão a nível da educação” considera Miriam, que propõe trazer
às crianças e famílias esta outra possibilidade de dialogar sobre assuntos
fundamentais. A arte, diz, é a aliada perfeita para o processo.
A oficina transmite a vocação do próprio espaço, que se inspira na família. Um espaço, como contam, onde pais e filhos podem conhecer uns aos outros de uma
forma diferente.
“As vezes, nós os pais, temos a tendência de reproduzir nos nossos filhos as nossas próprias ideologias e visão do mundo, enquanto eles são e possuem personalidades próprias. Então o Bombu é também como um espaço de escuta, onde as crianças são livres para reproduzir as suas ideias e visão própria.”
O objectivo de qualquer educador, diz, deve ser a de evidenciar a individualidade de cada criança. “Muitas vezes temos quase que um medo de ouvir as nossas crianças. Elas são rotuladas numa idade de transição, onde ainda estão a se conhecer e os adultos precisam estar lá para entendê-los e encaminhá-los.”
O projecto já soma o interesse de muitas famílias que querem, segundo
Miriam, preparar crianças fortes e ajudá-las a pensar pela própria cabeça.
“Isso só acontece quando a criança se alimenta da própria autoconfiança. Precisa saber que a sua opinião é importante.”
Não obstante a dificuldade em encontrar monitores, a ideia é que
actividades do género sejam programados de forma continua no Bombu
Mininu.
NA

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