O Governo reconhece que o sector da pesca e marítimo tem sido uma alavanca importante para o desenvolvimento económico do país, para a segurança a alimentar, para a coesão social e para a luta contra a pobreza.
A afirmação é do secretário de Estado para a Educação, Amadeu Cruz, que falava em representação do Governo no acto central das comemorações do Dia Nacional do Pescador em Santiago, assinalado ontem sob o lema “Celebrar o mar, valorizar o pescador”, que teve como palco o município de Santa Cruz, no interior de Santiago.
Esta actividade, que teve como objectivo pensar mais na valorização do pescador agora, enaltecer e elogiar a classe, elevar a sua auto-estima, contou com a presença do presidente da Câmara Municipal de Santa Cruz, Carlos Silva, e de pescadores e peixeiras santa-cruzenses.
“A pesca e os operadores de pesca têm o devido lugar no contexto social cabo-verdiano. E nós enquanto Governo de Cabo Verde é a nossa obrigação criar as condições para que cada vez mais os pescadores e peixeiras sejam valorizados enquanto agentes promotores, também do bem-estar e da coesão social de todas as famílias cabo-verdianas”, afirmou o secretário de Estado para a Educação.
O governante considerou o dia de ontem “importante” e encorajou os homens do mar de Santa Cruz e de todo Cabo Verde.
Tendo em conta que, segundo ele, “um pescador não é menos importante do que uma ou outra profissão em Cabo Verde”, apelou à valorização dessa classe, assegurando que o Governo valoriza e de que maneira o sector da pesca.
Aliás, informou que esse sector, que emprega mais de seis mil jovens, sobretudo na pesca artesanal, é o principal responsável das exportações de Cabo Verde, contribuindo decisivamente para os equilíbrios económicos do arquipélago.
Na ocasião, lembrou que o Governo tem trabalhado com todas as câmaras municipais com orlas marítimas, visando valorizar e criar as condições para que os pescadores possam sentir-se “mais confortáveis” no exercício das suas profissões, destacando também o papel das associações e ONG no apoia ao sector das pescas, quer a tradicional, artesanal e semi-indutrial em todas as regiões do país.
No entanto, admitiu que ainda há desafios, constrangimentos e que é necessário fazer muito mais para este sector de “valor acrescentado”.
Construções de portos, conservação do pescado, referindo-se à máquina de gelo, arrastadores, melhoramento das condições de segurança e de navegabilidade e melhoria das embarcações, são alguns problemas do sector por resolver a nível nacional.
A mesma fonte assegurou que o Governo está ciente de tudo isso, mas que o mesmo teve que fazer contingência face ao mau ano agrícola, da construção do Porto do Maio, da melhoria de infra-estruturas rodoviárias em todas as ilhas e do desencravamento de pequenas comunidades no interior de Santiago.
Por sua vez, autarca santa-cruzense afirmou que a sua equipa vê o sector das pescas como alternativa à agricultura, tendo em conta que se está a viver três anos consecutivo de seca.
Daí que, segundo ele, querem apostar fortemente nesse sector em parceria com o Governo e operadores da área, visando garantir e desenvolver mais essa actividade, para que, por um lado, possam garantir a segurança alimentar e, por outro, trazer mais rendimento para as famílias e combater o desemprego de modo geral.
Na ocasião, o executivo camarário garantiu que o problema de gelo já está ultrapassado e que “brevemente” a fábrica de gelo, um investimento de um investidor estrangeiro, que vai produzir 20 toneladas de gelo por dia, num investimento de 40 mil contos, vai estar a funcionar.
No entanto, para Carlos Silva, o desafio “maior” para o sector da pesca, de momento, em Santa Cruz é a formação do pessoal, referindo-se à cédula marítima.
A esse propósito, lembrou que a edilidade entregou 28 e que prevê a entrega de mais de 100 ainda este ano.
O evento, promovido pela Câmara Municipal de Santa Cruz, Associação dos Pescadores e Peixeiras de Pedra Badejo (MORA-POLAR) e o Ministério da Economia Marítima, que decorreu no Centro Técnico Social “Obra Txota”, em Porto Abaixo, Pedra Badejo, ficou marcado pelo lançamento de formação, homenagens aos pescadores e peixeiras e entrega de troféus e prémios e um almoço de confraternização.
Foram ainda realizadas várias actividades, como feira de saúde, com foco no despiste de glicemia, palestra sobre “Educação Financeira”, natação e regata, ‘conversa aberta’ sobre a vida dos pescadores, rádio praça e projecção de fotografias de antigos activistas do sector da pesca.
Ainda no âmbito do Dia Nacional do Pescador far-se-á a entrega, no próximo dia 12 de Fevereiro, de quatro embarcações de oito metros, beneficiando 40 jovens e empregar indirectamente 50 pessoas.
Inforpress
Santa Cruz: Sector da pesca tem sido uma alavanca importante para o desenvolvimento económico do país – Governo
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