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Coronavírus: OMS acusa países ricos de não compartilharem informações

O director da OMS (Organização Mundial da Saúde), Tedros Adhanom Ghebreyesus, acusou alguns países ricos de estarem “muito atrasados” no compartilhamento de informações sobre os casos do novo Coronavírus, pedindo uma maior solidariedade internacional para combater a Epidemia de Pneumonia Viral.
“Dos 176 casos relatados, até agora, fora da China, a OMS recebeu formulários completos de notificação para apenas 38por cento (%) dos casos. Alguns países de alta renda estão muito atrasados em compartilhar esses dados vitais com a OMS. Não acredito que seja devido à falta de capacidade”, disse Tedros Adhanom Ghebreyesus, perante o conselho executivo da organização.
Ele também considerou que as “fortes medidas” adoptadas por Pequim contra o Coronavírus oferecem “uma janela de oportunidade” para interromper a propagação da doença que já matou mais de 400 pessoas, apenas na China Continental.
Numa Sessão do Conselho Executivo da OMS, terça-feira, 4, em Genebra (na Suíça), o diretor-geral considerou que há uma oportunidade relevante na luta contra o Coronavírus, que tem a China como epicentro.
O etíope pede que esta “janela de oportunidade”, com as fortes medidas preventivas tomadas pela China, não seja “desaproveitada”.
Na mesma Sessão, o responsável reiterou, ainda, o apelo deixado nos últimos dias para que os países não imponham restrições a viagens e comércio. Essas restrições – avisa -, podem ter como efeito “o aumento do medo e do estigma, sem que se melhore significativamente a Saúde Pública”.
“Nos países em que estas medidas tenham sido aplicadas, pedimos para que sejam de curta duração e proporcionais aos riscos para a Saúde Pública, e ainda que sejam revistas regularmente tendo em conta a evolução da situação”, apelou.
O director-geral da OMS disse, também, que já contactou todos os ministros da Saúde, pedindo que a partilha de dados fosse melhorada de imediato.
Para fazer face à propagação do Vírus, Tedros Adhanom Ghebreyesus anunciou que a OMS vai enviar máscaras, luvas e 18 mil roupas de protecção para um total de 24 países. Serão ainda enviados 250 mil “kits” para a detecção do Vírus, de forma a permitir um diagnóstico mais rápido.
A OMS vai ainda enviar uma equipa de especialistas internacionais para ajudar a China a lidar com o novo Coronavírus.
Na semana passada, a OMS declarou Emergência Global de Saúde Pública. Os números já ultrapassam, nesta altura, os que foram registados durante a Epidemia de SARS, entre 2002 e 2003.
Alguns países como os Estados Unidos da América (EUA), Austrália, Rússia, Japão e Paquistão estão a impedir a entrada de viajantes vindos da China ou que tenham estado em território chinês nas últimas duas semanas.
No caso dos EUA, tal como com outros países europeus, quando se trata de cidadãos nacionais, os viajantes são colocados de quarentena durante o período de incubação do Vírus (14 dias).
Na última sexta-feira, a OMS alertava que as restrições podem ser mais prejudiciais do que benéficas, impedindo a partilha de informações, prejudicando a Economia e interferindo na cadeia de partilha de material médico.
No início da semana, o Governo chinês acusou mesmo os Estados Unidos de estarem a gerar o “pânico” na resposta ao surto do novo Coronavírus.

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