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Sociedade

D. Arlindo Furtado diz que Governo não facilita abertura de furo de água na Fazenda da Esperança- MAA garante que tem apoiado

O Cardeal D. Arlindo Furtado mostrou-se no passado dia 29 de Janeiro, indignado com o Governo por não facilitar a abertura de um furo de água na Fazenda da Esperança.
A indignação foi dada a conhecer à TCV durante as celebrações do 2 aniversário daquela instituição, de base cristã, que trabalha na recuperação de toxicodependentes em Cabo Verde.
D. Arlindo Furtado diz que aguarda há mais de um ano por uma resposta do MAA para a criação de um furo que podia abastecer água à Fazenda.
“Temos um problema grave de água, que está a dois passos daqui. Temos aqui uma das maiores nascentes de Santiago, nos terrenos da Diocese, a cerca de 400 metros, para tirar água de lá e por aqui, e o Ministério da Agricultura até parece que já tem financiamento, mas estamos à espera há um ano e tal para isto”.
O mesmo disse ainda que se “fosse algo que disse-se respeito aos filhos e às filhas dos decisores e executantes as coisas já estariam resolvidas em menos de uma semana”.
Em reacção, através de um comunicado de imprensa, no dia seguinte, o Gabinete do Ministério da Agricultura e Ambiente esclareceu que “desde a primeira hora, as estruturas do Ministério engajaram-se em apoiar na realização dos propósitos da Fazenda da Esperança com várias intervenções, mas em nenhum momento se comprometeu em executar um novo furo para o seu funcionamento. Em vez
disso, engajou-se em autorizar a disponibilização de um furo situado em João Varela, até
então explorado pela ADS, para abastecimento público e ajudar a materializar o sistema de
bombagem e distribuição de água”.
Assim, prosseguem, “para a disponibilização de água à Fazenda instalada num sítio distante da rede
pública, foi contratada uma empresa para construir uma conduta que leva a água a cerca
de 350m de distância, reabilitar um reservatório de betão, montar uma estação de
bombagem e instalar mais três reservatórios de 5m3 para facilitar a distribuição da água às
instalações e parcelas agrícolas”.
Cerca de 90% das obras, garante o MAA, já foram concluídas e para a sua finalização estão a ser mobilizados materiais adicionais no mercado.
Para além disso, esclarecem ainda que a “Fazenda foi apoiada com outros trabalhos, designadamente  a instalação de uma parcela agrícola irrigada de 2.200 m2 com sistema de rega gota-a-gota, a vedação do perímetro da fazenda e a instalação de cortinas quebra-vento e  o transporte periódico de água para a Fazenda, com recurso a um autotanque”.
No mesmo documento, o Ministério diz que “mantém o seu firme engajamento na conclusão dos trabalhos de adução de água e noutros apoios para a criação das condições necessárias ao cabal cumprimento da nobre missão da Fazenda da Esperança, não obstante a seca que assola o arquipélago com sérias implicações na disponibilidade de água, que determinou a declaração da emergência hídrica no país”.
Recorde-se que a “Fazenda da Esperança” é um Centro de Recuperação de Pessoas Dependentes Químicos que nasceu há cerca de trinta e quatro anos no Brasil e há dois em Cabo Verde.
O projecto teve origem a partir de um jovem de 18 anos, chamado Nelson, que um dia, “motivado pela palavra de Deus”, se aproximou de um grupo de jovens toxicodependentes e através do seu amor e motivado por um pedido de ajuda “se fez um com os outros” sem cobrar nada e nem falar em conversão.
Em Cabo Verde, “Fazenda da Esperança” foi  inaugurada nos finais de Janeiro de 2018, pelo Bispo da Diocese de Santiago, o Cardeal Arlindo Furtado.
Situada na Trindade, Praia, o projecto conta com o apoio financeiro da Conferência Episcopal Italiana (CEI), e irá ser alargado a outras ilhas do arquipélago, a começar por São Vicente.

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