O líder da Oposição venezuelana, Juan Guaidó, desembarca em Bruxelas, nesta quarta-feira, 22, para se reunir com o Alto Representante para Política Externa da União Europeia (UE), Josep Borrell. Nesta primeira visita oficial de Guaidó à sede do Bloco Europeu, ele deve pedir mais pressão sobre o Governo do Presidente socialista venezuelano, Nicolás Maduro.
Guaidó aproveita o “apoio sem reservas”, declarado por Borrell no início deste mês, para pedir maior restrição de viagens para funcionários do Regime venezuelano e aumento das sanções contra oficiais e ex-oficiais fiéis a Maduro.
De acordo com a equipa de Guaidó, um dos objectivos deste giro internacional é “denunciar os vínculos de Maduro com o terrorismo e como estes grupos que operam na Venezuela”.
Recentemente, o Parlamento Europeu aprovou uma Resolução, solicitando o envio de uma Missão a fim de avaliar a situação real naquele País da América Latina. Além do embargo de armas, a UE já impôs sanções contra funcionários do Conselho Nacional Eleitoral, do Supremo Tribunal e comandantes e ex-comandantes das Forças de Segurança e Serviços de Inteligência venezuelanos.
A situação humanitária na Venezuela forçou milhões de pessoas a deixar o País, provocando uma crise migratória na Região, que é debatida com frequência na UE. Em 2020, a estimativa é de que o número de refugiados e migrantes venezuelanos aumente de 4,5 milhões para 6,5 milhões de pessoas.
Guaidó é reconhecido como Presidente legítimo da Venezuela por mais de 50 países, entre eles, os do Bloco Europeu. Recentemente, o Parlamento Europeu condenou a tentativa de Golpe do Regime de Caracas, que impediu Guaidó de presidir uma Sessão na Assembleia Nacional (Parlamento).
Desde Janeiro de 2019, o Legislativo Europeu reconhece o líder oposicionista como chefe de Estado interino do País, de acordo “com a Constituição da Venezuela”, além de expressar “apoio absoluto a seu Projecto”. Seis meses depois, em Julho, a Casa adoptou uma Resolução condenando o “regime ilegítimo” de Maduro, pelo “uso indiscriminado de violência para reprimir a transição democrática, pedindo a volta do Estado de Direito na Venezuela”.
A Assembleia Nacional Constituinte da Venezuela, composta apenas por chavistas, acusou Bruxelas de querer desestabilizar o País com a decisão de manter o reconhecimento a Guaidó como Presidente interino.
Muitos analistas afirmam que Guaidó é um produto criado pelos Estados Unidos da América (EUA) e “vendido” como líder da restauração democrática da Nação com as maiores reservas de petróleo do mundo.
Na segunda-feira, 20, Guaidó se encontrou com o Presidente da Colômbia, Iván Duque, e depois com o secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, às margens de uma Conferência Ministerial Sobre a Luta Contra o Terrorismo, em Bogotá. Da Colômbia, o líder da oposição venezuelana viajou para Londres (No Reino Unido) e se encontrou com o Premiê britânico, Boris Jonhson.
Depois da escala em Bruxelas, Guaidó segue para a Suíça, onde participa do Fórum Económico de Davos e deve se reunir com o Presidente dos EUA, Donald Trump. A última escala do giro de Guaidó pelo exterior será em Madrid (Capital da Espanha).
Porém, ele não será recebido pelo Primeiro-Ministro espanhol, Pedro Sánchez, mas pela ministra de Relações Exteriores, Arancha González Laya.
Esta é a segunda vez que o líder da Oposição venezuelana desafia a proibição de viajar imposta por Maduro. É possível que ele seja preso quando tentar voltar para a Venezuela.
A última vez que Guaidó atravessou a fronteira, foi em Fevereiro passado, quando tentou liderar uma Operação Internacional para a entrada de Ajuda Humanitária na Venezuela. A Operação, a partir da cidade colombiana de Cúcuta, fracassou por causa do bloqueio das Forças Armadas venezuelanas.
Com: RFI