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Cultura

“Situação do compositor está a melhorar mas falta reconhecimento das pessoas a nível patrimonial” – Kim di Santiago

O músico, compositor e intérprete Kim di Santiago afirmou hoje que a situação do compositor no País está a melhorar, porque há um “maior reconhecimento” por parte da sociedade civil, mas falta ainda o reconhecimento a nível patrimonial.

O autor de mais de 200 composições de vários géneros cabo-verdianos, gravados por vários artistas e grupos, falava à Inforpress por ocasião da celebração do dia 15 de Janeiro como Dia Mundial do Compositor.

Conforme afirmou, normalmente as pessoas quando ouvem ou apreciem uma obra musical a primeira tendência é ter uma empatia com o intérprete, esquecendo-se muitas vezes dos compositores.

“Esta consciencialização, relativamente ao papel do compositor, vai-se melhorando, tanto é que os próprios intérpretes já começam a dar alguns sinais de evidenciarem nas suas actuações os nomes dos compositores, o que ajuda o próprio público a passar a saber quem são os verdadeiros autores ou compositores”, disse, ajuntado que falta agora a consolidação desse processo de reconhecimento das pessoas a nível patrimonial.

Para Kim di Santiago, hoje em dia há um “empenho forte” dos compositores em criar e melhorar as suas obras, por isso é “justo” que este esforço seja remunerável, visto que isto é um direito dos autores.

Uma vez que a questão do pagamento dos direitos do autor está sob a mesa no país e com a lei que regula o sector aprovado, defendeu que o desafio agora é fazer as pessoas respeitarem esta lei, e isto passa por mais campanha de sensibilização junto dos usuários de música.

Para este artista, sendo o dia Mundial do compositor uma forma de contribuir para o reconhecimento daqueles que criam e fazem um trabalho artístico para ajudar às pessoas a “alimentarem a alma” é necessário que Cabo Verde passe a celebra-lo com mais euforia.

Ainda, sugeriu, já é altura de Cabo Verde ter um dia nacional do compositor para dignificar ainda mais o trabalho destes artistas.

O autor de “Kenha ki ben ki ta bai”, interpretada pela artista Mayra Andrade, considerou que os compositores têm um “papel fundamental” na prevenção e promoção da morna, recentemente proclamado Património Cultural e Imaterial da Humanidade.

“Sinto-me muito comprometido com a elevação da morna e sendo a morna um género que é transversal a todas as gerações acho que este papel de assegurar a morna no nível em que está projectada e projecta-la cada vez mais tem que ser uma preocupação constante, sobretudo de quem exerce o papel de compor”, disse, acrescentando que é preciso compor com “mais qualidade e mais vivacidade”.

Kim di Santiago, que é também vice-presidente da Sociedade Cabo-verdiana de Musica, disse a Inforpress que por causa desta função, neste momento, tem estado a compor menos, mas que ao exercer este papel está a contribuir para a felicidade dos criadores, criando as condições para o exercício da profissão.

Informou que este ano vai divulgar algumas composições que tem resgatado para brindar os intérpretes das suas mais variadas composições.

Fonte: Inforpress

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