Centenas de mosteirenses das diversas localidades participaram hoje na marcha silenciosa organizada pela sociedade civil para prestar homenagem ao estudante Luís Giovani dos Santos Rodrigues, falecido a 31 de Dezembro em Bragança, Portugal.
A marcha iniciada por volta das 11:00 e que contou com centenas de pessoas dos diferentes povoados dos Mosteiros, partiu da localidade de Mosteiros Trás, de onde a mãe de Giovani é natural até Fajãzinha, povoado do pai e onde nasceu e residia Giovani até Outubro de 2019, altura em que viajou para Bragança para formação, numa distância de pouco mais de quatro quilómetros.
Trajados de t-shirts brancos, alguns com fotos de Giovani, e com cartazes com dizeres como “Giovani é de Fogo”, “Giovani é de Mosteiros”, “Cabo Verde é Giovani”, “queremos justiça”, a marcha contou também com alunos da escola secundária dos Mosteiros, que percorreram a distância em silencio até a capela de Nossa Senhora de Fátima em Fajãzinha onde foi celebrada uma missa, com duas paragens, uma à frente da igreja matriz na cidade de Igreja e outra à frente da residência dos familiares em Fajãzinha.
Dinis dos Santos, um dos participantes na marcha disse que este é o momento para prestar uma homenagem e apelar para que se faça a justiça pela forma trágica e barbara como Giovani foi assassinado.
Observou ainda que o facto de a marcha ter contado com participação de pessoas de várias localidades demonstra que acima de tudo ele era um jovem da ilha do Fogo e que participou em todas as actividades de igreja e esteve envolvido em outros eventos da ilha, razão pela qual era querido para todos e a dimensão da marcha não é de se espantar.
Este qualificou Giovani de dedicado, exemplar e amigo dos amigos, vincando que a notícia abalou Mosteiros e toda a ilha do Fogo.
Por sua vez Luís Nunes, outro participante, disse que a marcha significa muitas coisas, sendo uma delas para demonstrar a indignação que todos estão a sentir pela situação, que ainda não está clarificada, observando que aquilo que aconteceu com Giovani é difícil de aceitar por se tratar de uma pessoa do bem, exemplar, responsável e de carácter e ninguém esperava um fim trágico como aconteceu.
“Estamos a solicitar justiça”, disse Luís Nunes observando que pelas informações e pela forma como o caso está sendo tratado “não se vislumbra grande resultado”.
O companheiro de Giovani na banda Beatz Boys, Santos Alves, disse que a sua morte representa uma grande perda porque ele tinha projectos para futuro e antes deste trágico acontecimento perspectivava o regresso para o mês de Agosto, porque Beatz Boys foi a banda suporte por dois anos consecutivo nas festas do Dia do Município dos Mosteiros e prometeu regressar e participar na festa.
A mesma fonte disse ainda que a morte do mesmo tornou viral nas redes sociais porque Giovani era “uma pessoa fantástica”, quer a nível da música, mas como pessoa humana, sempre disponível e com sorriso, sublinhando que a marcha é para pedir a justiça pois o jovem não merecia um fim desta natureza.
“A justiça do homem por mais que seja feita será pouco pela sua morte de Giovani”, disse o seu companheiro de banda.
À mesma hora da marcha realizada nos Mosteiros, decorria na cidade de Cova Figueira, Santa Catarina uma marcha semelhante em homenagem ao jovem e para exigir que se encontre os culpados e que se faça justiça.
Na cidade de São Filipe a marcha silenciosa em homenagem a este estudante está marcada para as 19:00 de hoje com concentração no largo de Cruz dos Passos, seguindo depois para Alto de Aguadinha, avenida Amílcar Cabral, Agência do Banco Comercial do Atlântico, Igreja Matriz, esquadra da Polícia Nacional e término no largo de Cruz dos Passos.
A organização pede a todos os participantes, se possível, que apareçam trajados de branco e levando uma vela para a merecida homenagem ao estudante, vítima de agressão em Portugal.
Fonte: Inforpress