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Sociedade

Praia/Marcha Giovani: Participantes forçaram barreira policial e invadiram Assembleia Nacional 

A marcha de homenagem a Giovani, estudante que morreu em Portugal na sequência de agressão, terminou em clima meio tenso depois dos manifestantes terem forçado a barreira policial em frente à embaixada e invadido a Assembleia Nacional.

A marcha, segundo Oracy Cruz, membro da organização, era para percorrer o Platô, passando pela Fazenda e concentrar-se em frente à Embaixada de Portugal, em Achada Santo António, onde era declamado um poema e feito uma vigia em homenagem a Giovani.

A orientação da polícia foi para manter uma distância de 100 metros do edifício, mas os milhares de pessoas que participaram da marcha forçaram e ultrapassaram a barreira policial, tendo concentrado na porta da embaixada por alguns minutos a gritar pela justiça.

A marcha devia terminar ali, mas as pessoas continuaram em direcção à Assembleia Nacional e a correr invadiram o recinto exterior do edifício onde também foram contidos pela Polícia, que pediu reforço.

Da Assembleia Nacional seguiram em direcção à residência da embaixadora de Portugal, na Prainha, onde encontraram já um batalhão do corpo de intervenção que impediram a aproximação das pessoas que acabaram por dispersar.

Durante todo o percurso os participantes da marcha gritaram por justiça. Cleidir Dias, um dos participantes demonstrou a sua indignação com aquilo que considerou de “falta de zelo” por parte das autoridades portuguesas e também das autoridades cabo-verdianas na abordagem desse caso.

“Nós tínhamos que demonstrar que nós temos sentimento e que valorizamos a vida. Não podemos de modo algum admitir que um dos nossos seja barbaramente assassinado. Giovani era um jovem que estava no início da sua vida e ser morto da forma que foi é triste”, disse.

Cledir Dias disse que essa marcha, que contou com a adesão de milhares de pessoas, tinha tudo para dar certo, mas que as pessoas foram tratadas desde início como pessoas que iam para guerra.

“Até o dia de hoje não vi diligências com bandidos e delinquentes com a guarda de choque equipada e preparada para atacar. Não faz nenhum sentido. Nós viemos para demonstrar o desagrado de forma ordeira, não viemos aqui para nenhuma desordem. Aquilo que aconteceu foi as próprias autoridades que forçaram que os manifestantes tivessem essa postura”, justificou.

Cleidir Silva salientou ainda que é inadmissível que até hoje as autoridades portuguesas não terem apresentado o que de facto aconteceu.

“O que aconteceu? Nós queremos saber. E como uma pessoa que leva uma paulada e vem nos dizer que o laudo médico não é conclusivo para dizer o que matou essa pessoa”, disse, adiantando que os cabo-verdianos não estão em Portugal de favores ou a mendigar, mas sim a contribuir para o próprio desenvolvimento do país.

Giovani Rodrigues, de 21 anos e natural dos Mosteiros na ilha do Fogo morreu no dia 31 de Dezembro de 2019 em Portugal, depois de ter sido vítima de agressão perpetrado por um grupo de 10 a 15 pessoas.

Em Santa Catarina a marcha silenciosa em homenagem a Luís Giovani uniu centenas de pessoas, que percorrerem as principais artérias da cidade de Assomada pedindo justiça.

Além do hino nacional o momento ficou marcado pela música em homenagem ao jovem mosteirense de 21 anos morto em Portugal feita pela cantora portuguesa Carolina Deslandes.

O malogrado ganhou um retrato na parede do polivalente de Assomada.

Fonte: Inforpress

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